Folha de S. Paulo


Fito Páez encerra 2013 com três álbuns novos e estreia como romancista

Fito Páez define seu 2013 como um "tornado". O cantor e compositor argentino de 50 anos termina o ano com três álbuns lançados, além da publicação do seu primeiro romance.

"Ainda estou me recuperando disso tudo. Foi muita agitação emocional, porque esse material fala muito sobre a minha vida", diz ele, misturando palavras em português e espanhol, durante entrevista à Folha, por telefone, no Rio de Janeiro.

Desta vez, o cantor está no Brasil para apenas um show, que ocorre nesta sexta-feira (6) em Porto Alegre. No próximo ano, no entanto, pretende voltar ao país em mais datas para divulgar os novos trabalhos e, possivelmente, fazer parcerias --ele não revela nomes por enquanto.

"Os últimos dois anos foram de muito laboratório interno, de estar fechado escrevendo, compondo, gravando. Agora quero sair um pouco ao mundo, ver do que se trata o mundo", ri.

Guillermo Legaria - 15.nov.2013/AFP
Fito Páez durante show em Bogotá, na Colômbia
Fito Páez durante show em Bogotá, na Colômbia

Da nova leva, o disco preferido de Fito é o que lança agora, "Yo te Amo", 21º de estúdio da sua carreira. Lá estão 11 canções inéditas sobre amor --e desamor, o que já fica evidente na capa, que traz foto do músico levando uma bofetada de uma mão feminina. Em equilíbrio, a contracapa mostra o argentino dividindo um fio de espaguete com sua cadela de estimação, em referência à cena clássica de "A Dama e o Vagabundo" (1955).

A criação do álbum começou há dois anos e foi delimitada por regras determinadas pelo próprio autor: nenhuma canção deveria ter mais de quatro minutos e poucos instrumentos seriam usados --prevalecem bateria, baixo, piano e guitarra. "Queria concentrar minhas ideias nas letras e fazer melodias que a gente gostasse de voltar a cantar muitas vezes", explica.

Entre os diferentes amores citados nas faixas, aparece o romântico --"Ojalá Sea Ella" é dedicada à namorada, a jornalista Julia Mengolini--, o entre pai e filho --"Margarita" é para a filha, e "Sos Más" foi escrita para o filho Martín-- e o entre amigos --o disco encerra com "La Velocidad del Tiempo", para o músico argentino Gustavo Cerati.

Já na faixa-título, o primeiro single lançado, brinca com a expressão "eu te amo", que chama de "poção mágica", porque são palavras que "nunca falham". "É uma maneira engraçada [de ver o amor]. Não é uma canção filosófica", diz ele sobre a música que leva batida eletrônica que remete aos anos 80.

Se "Yo te Amo" equilibra temas leves e pesados, os outros álbuns que saíram neste ano os separam. "El Sacrificio" é o que Fito chama de "álbum negro", que reúne suas "canções malditas", compostas entre 1989 e 2013 e que ficaram fora de outros discos.

Em contraste, "Dreaming Rosario", ensolarado, teve renda revertida para a recuperação da sua cidade natal, onde uma explosão em um prédio deixou 22 mortos em agosto.

'NOVA PAIXÃO'

O livro "La Puta Diabla", lançado na metade do ano, marcou a estreia do músico como romancista. Foram três anos escrevendo. "É como se fosse uma grande partitura, uma grande sinfonia", compara os dois campos de criação.

"Foi muito intenso e muito agradável descobrir essa nova paixão", conta ele, que já costumava escrever para si mesmo "contos, ensaios e filosofia barata" e que diz já ter encontrado o "gérmen" para um próximo romance.

FITO PÁEZ EM PORTO ALEGRE
QUANDO nesta sexta (6), às 21h
ONDE Oi Araújo Vianna (av. Osvaldo Aranha, 685, Porto Alegre)
QUANTO R$ 100
CLASSIFICAÇÃO 14 anos


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