Folha de S. Paulo


"Não posso perdoar agressores", diz diretor do Bolshoi que foi atacado com ácido

O diretor artístico do balé Bolshoi, Sergei Filin, disse em entrevista a rede CNN nesta terça (3), que "não há sentença que possa recuperar sua visão".

A entrevista aconteceu no mesmo dia em que três homens foram condenados por atacá-lo com ácido em janeiro deste ano, prejudicando sua visão. Entre os presos, está o dançarino Pavel Dmitrichenko, acusado de comandar o ataque e condenado a seis anos de prisão.

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No vídeo em que conversa com o jornalista da CNN, Filin --que teve fotos divulgadas com o rosto coberto por bandagens-- aparece apenas de óculos escuros e com algumas marcas de queimadura no rosto.

"Não é apenas um problema com meus olhos, mas um problema com meu coração", diz o russo que, após passar por cirurgias, teve apenas parte da visão restaurada.

Na entrevista, o diretor também descreve o momento em que foi atacado. "Senti uma agonia insuportável. Doía toda a minha pele e eu senti imediatamente uma dor atroz nos olhos", conta.

Segundo ele, o chão estava coberto de neve, o que o fez escorregar várias vezes. Em compensação, percebeu que o gelo aliviava um pouco sua dor, e assim começou a cobrir o rosto com neve, até ser socorrido por um estranho que passava no local.

Quando perguntado sobre as acusações contra ele próprio, feitas por outros dançarinos do Bolshoi ao longo da investigação do ataque, Felin respondeu que "não foram sustentadas por nenhuma evidência" e que "são mentiras que tentam diminuir o grau de culpa ou punição por este crime".

Maxim Shipenkov/Efe
Sergei Filin, diretor artístico do Bolshoi atacado com ácido, em imagem de 7 de novembro
Sergei Filin, diretor artístico do Bolshoi atacado com ácido, em imagem de 7 de novembro

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