Folha de S. Paulo


Kid Vinil: 'No Lira, acharam que eu era burguês e vendido para o sistema'

Foi por volta de 1980, não sei bem. Eu tinha um programa de rádio de punk new wave às segundas. Entre os punks da periferia, não era bem visto, achavam que eu era burguês porque trabalhava para uma grande empresa, era vendido para o sistema.

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A gente, da banda Verminosa, tinha feito outros bons shows no Lira. O que a gente fazia não era punk total, misturava com rock, coisas dos anos 50. Naquele dia, um pessoal da periferia apareceu para zoar mesmo. Começaram a atirar coisas na gente

Tentei dialogar. Eles diziam que eu era traidor. Bati boca. Nosso baterista (Trinkão) era meio esquentado, a mulher dele (Angélica) também. Ela saiu dando correntada nos caras, e eles deram um soco no peito dela, subiram no palco quebraram o equipamento.

O Clemente, dos Inocentes, quebrou uma garrafa e veio para cima, mas caiu no chão, bebaço. Não levei um tapa sequer. Subi as escadas e deixei o circo pegar fogo lá dentro.

KID VINIL é músico, radialista e DJ


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