Folha de S. Paulo


Saga 'Jogos Vorazes' lidera onda de heroínas em Hollywood

Você nunca espera ouvir piadas sujas e frases escatológicas de uma recém ganhadora do Oscar de melhor atriz. Mas é assim que Jennifer Lawrence, 23, vencedora por "O Lado Bom da Vida", se comporta. "Sou muito teimosa para mudar", diz.

É esse jeito despojado que transformou Jennifer na maior estrela jovem do momento. E talvez seja por isso que a série "Jogos Vorazes", cujo segundo capítulo, "Em Chamas", estreia hoje no Brasil, despertou uma onda de heroínas teen.

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"Acho fantástico que as pessoas paguem para ver um filme sobre uma garota", admite Elizabeth Banks, que retorna a "Jogos Vorazes" como a acompanhante histérica Effie Trinket. Desde que o primeiro filme rendeu quase US$ 700 milhões (cerca de R$ 1,6 bi, mais de R$ 900 mi só nos EUA), esses "ingressos femininos" são disputados a tapa.

Editoria de Arte/Folhapress

Sagas jovens pipocam no cinema. Algumas tentaram misturar a força da mulher com o romance de "Crepúsculo", mas não foram bem recebidas, como "Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos". A pré-adolescente Hit-Girl, de "Kick-Ass", ganhou mais espaço na sequência, que estreou mês passado no Brasil, assim como a insegura menina de "Jogo do Exterminador", previsto para dezembro no país.

Nenhuma, no entanto, alcançou o sucesso de "Jogos Vorazes". "O segredo é que ele não trata o adolescente como criança. Não é um filme com apelo sexual ou apelativo. No momento em que fizermos isso, estaremos mortos", afirma o diretor Francis Lawrence, que já está filmando a adaptação do terceiro livro de Suzanne Collins, "Jogos Vorazes: A Esperança", que será dividida em dois longas previstos para 2014 e 2015.

Neste meio tempo, mais duas franquias com heroínas chegarão ao cinema: "Divergente", protagonizado por Shailene Woodley ("Os Descendentes"), e "The Giver", com a cantora Taylor Swift.

"A nova geração adora franquias. Acho interessante entregar algo para que ela possa pensar mais em assuntos mais complexos", diz Jennifer.

E complexidade não falta. O filme, produzido por US$ 140 milhões (mais de R$ 300 milhões), expande o tema de rebelião jovem contra a opressão de um governo totalitário. Logo na abertura, o longa mostra Katniss tendo pesadelos com os jovens que ela precisou matar no primeiro capítulo.

"Os temas são políticos e espero que despertem esse lado nos espectadores em relação aos Estados Unidos", diz o veterano Donald Sutherland, 78, que faz o reacionário presidente Snow, mas logo interrompendo.

"A comida coreana que comi não está me fazendo bem. Me desculpe pelo cheiro ruim se um pum escapar."

É a segunda piada do dia sobre flatulência. A primeira foi feita pela estrelinha de "Jogos Vorazes".

O jornalista RODRIGO SALEM viajou a convite da Paris Filmes

JOGOS VORAZES: EM CHAMAS
DIREÇÃO Francis Lawrence
PRODUÇÃO EUA, 2013
ONDE Anália Franco UCI 1 e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos


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