Folha de S. Paulo


'Repasses foram legais, e contas, fiscalizadas', afirma ex-secretário

O ex-secretário municipal de cultura de São Paulo, Carlos Augusto Calil (2005-2012), disse que os repasses de parte da bilheteria do Theatro Municipal para associações de músicos foram legais e que as prestações de conta foram devidamente fiscalizadas.

"É uma liberalidade, mas não é ilegal. Existia um controle direto do Theatro Municipal, mas indireto, não. Não era uma coisa de livre uso. As associações tinham que prestar contas", explicou Calil.

Prefeitura apura suspeita de desvio de dinheiro do Theatro Municipal
Sabotagem na ópera do Theatro Municipal não foi confirmada

A fatia repassada variava entre 50% e 70%. Segundo ele, o mecanismo servia para "driblar licitação" e viabilizar a gestão da instituição.

Zanone Fraissat - 23.mar.2013/Folhapress
Fachada do Theatro Municipal, em São Paulo
Fachada do Theatro Municipal, em São Paulo

Calil negou que a renovação do contrato dos artistas, e autores das denúncias, tenha qualquer motivação política.

"Eles querem ser transformados em vítimas de uma perseguição política que não houve", diz o ex-secretário.

Já o maestro Jamil Maluf, diretor artístico do Theatro Municipal entre 2005 e 2009, disse que a iniciativa de transferir bilheteria para as associações foi "extremamente positiva e transparente".

"Essa medida foi considerada um avanço pelos artistas porque eles passaram a ter acesso à contabilidade do Municipal", afirmou Maluf.

Já Danilo Stollagli, que atuou em duas associações que receberam repasses do Theatro Municipal e foi aprovado nas audições, disse que não houve desvio. "Cem por cento do dinheiro era revertido para o próprio teatro."

O maestro Tiago Santos Pinheiro afirmou que promoveu as audições para elevar a qualidade do Coral Paulistano, e não para fazer perseguições.

"Se dizem que eu persegui, sugiro então que refaçam as audições e coloquem, lado a lado, os reprovados e aqueles que foram contratados na época", disse Pinheiro. (MM)


Endereço da página:

Links no texto: