Folha de S. Paulo


Novo diretor anuncia mais 17 empregados para a Cinemateca

O novo diretor da Cinemateca Brasileira, o professor Lisandro Nogueira, anunciou ontem que 17 funcionários ligados ao Ministério do Trabalho e Emprego irão trabalhar na instituição a partir de 25 de novembro. Os servidores, da área administrativa, fazem parte de convênio da pasta com o Ministério da Cultura.

Os funcionários devem preencher um corpo técnico esvaziado. Em dezembro, termina o contrato de 24 dos 44 empregados que trabalham na Cinemateca. Dos 20 que restarão na instituição, 17 já podem pedir a aposentadoria.

O grupo de funcionários é responsável pela preservação e difusão da produção audiovisual brasileira. A Cinemateca guarda cerca de 44 mil títulos do cinema do país em sua sede na Vila Clementino, na zona sul de São Paulo.

Arquivo pessoal
O professor de cinema da UFG Lisandro Nogueira, que foi escolhido como o novo diretor da Cinemateca
O professor de cinema da UFG Lisandro Nogueira, que foi escolhido como o novo diretor da Cinemateca

Nogueira afirmou que precisará ainda de 40 dias para inteirar-se da situação administrativa e financeira da Cinemateca. Então, segundo afirmou, vai decidir quais medidas serão necessárias para assegurar a continuidade do funcionamento da instituição.

"A Cinemateca tem o funcionamento básico pleno. Tem a programação de cinema, tem a água e o café, que alguém está servindo", disse Nogueira.

A Cinemateca enfrenta uma crise desde janeiro, quando o Ministério da Cultura exonerou o então diretor Carlos Magalhães e interrompeu o repasse de recursos à sociedade responsável por gerir a instituição.

Uma auditoria em curso investiga o uso da verba investida pelo governo na instituição --desde 2008, R$ 105 milhões foram movimentados.

Nogueira afirmou que "sem dúvida" o governo voltará a repassar recursos à Cinemateca. Não soube informar quando isso irá ocorrer.

"Acho que vou fazer um ótimo trabalho. Quero dinamizar a Cinemateca. Temos acervos importantíssimos e pessoas valorosas e competentes pra trabalhar com eles", afirmou Nogueira.

Com a crise, serviços como a catalogação e a difusão foram afetados. Em maio, uma das duas salas de cinema foi fechada. Há seis dias, um só funcionário trabalha no setor de restauração.


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