Folha de S. Paulo


Funcionários chineses são demitidos por restauração bizarra de templo

Dois funcionários públicos do nordeste da China foram demitidos pela "restauração" de um templo, que resultou no desaparecimento de seus afrescos originais, segundo informações dadas nesta terça-feira (22) pela imprensa local.

No edifício, um templo construído há 270 anos na cidade de Chaoyang, os antigos afrescos foram completamente cobertos com pintura nova, representando personagens desenhados de forma simplista em cores brilhantes.

A polêmica veio à tona quando um internauta postou algumas fotos da "restauração", comparando-a com as pinturas murais originais, e os funcionários foram acusados de terem destruído o patrimônio cultural e histórico da cidade.

Fotomontagem
Antes (esq.) e depois: a restauração feita por funcionários públicos chineses em templo do país
Antes (esq.) e depois: a restauração feita por funcionários públicos chineses em templo do país

Em resposta, as autoridades da província de Liaoning afastaram de suas funções o responsável pelo templo e o responsável pela gestão do patrimônio da cidade, segundo o jornal "Global Times".

Muitos internautas ridicularizaram o novo visual do templo, dizendo que as imagens eram "piores do que rabiscos".

"Como um residente de Chaoyang, acredito que aqui existem algumas pessoas que merecem um transplante de cérebro", disse um morador da cidade.

ECCE HOMO

O caso é parecido com o de Cecília Giménez, a idosa de 81 anos que, em 2012, conseguiu destruir um quadro com sua "intervenção".

Ela tentou restaurar por conta própria uma obra do pintor espanhol do século 19 Elías García Martínez e acabou danificando a pintura.

Ao ver que a obra estava danificada, resolveu restaurá-la "sem pedir permissão", mas "com boas intenções". Ela confessou o fato às autoridades.

À esquerda, a imagem original, em foto tirada há dois anos. Ao centro, a imagem em foto de julho; e, à direita, a imagem "restaurada".

Efe
"Ecce Homo", do espanhol Elías García Martínez; no meio, a pintura em 2010, e, à dir., após intervenção da idosa

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