O biógrafo Paulo César de Araújo desmentiu, nesta quarta-feira (16), a informação de Chico Buarque de que nunca teria sido entrevistado para a biografia "Roberto Carlos em Detalhes" (Planeta), de Araújo. A biografia teve edição e venda proibidas na Justiça em 2007, após ações dos advogados do biografado.
"[...] Me disseram que a biografia é a sincera homenagem de um fã. Lamento pelo autor, que diz ter empenhado 15 anos de sua vida em pesquisas e entrevistas com não sei quantas pessoas, inclusive eu. Só que ele nunca me entrevistou", disse Chico, em texto publicado no jornal "O Globo".
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Araújo informa que entrevistou Chico na tarde de 30 de março de 1992, na casa do cantor, na Gávea. "Como foi uma pesquisa de 15 anos, comecei o projeto em 1990, entrevistando quase 200 pessoas. A de Chico, como tantas outras, foi filmada e também está registrada em fotos. Ele se esqueceu de que me deu aquela entrevista", disse à Folha o biógrafo, que ainda tem o material.
Ao ser questionada a respeito da afirmação de Araújo, no início da tarde, a assessoria de imprensa de Chico Buarque informou que o cantor só se manifestaria caso o biógrafo provasse ter feito a entrevista. Araújo foi até uma loja de informática durante a tarde para escanear as fotos abaixo. Procurada novamente, a assessoria de imprensa disse que entraria em contato com o cantor.
| Arquivo pessoal | ||
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| Chico Buarque (esq.) com o escritor Paulo César de Araújo, em entrevista em 1992 |
Araújo também se manifestou sobre outra acusação de Chico Buarque feita no texto. Segundo Chico, Araújo teria usado no livro "Eu Não Sou Cachorro Não" uma declaração falsa do cantor publicada no jornal "Última Hora" nos anos 1970.
O cantor diz no texto, sobre a declaração, que seria "impossível" "em pleno governo Médici" ter feito uma declaração que denegrisse o Brasil, e que tal informação deveria ter sido vista "com alguma reserva pelo biógrafo e pesquisador".
Segundo Araújo, a declaração, tal como reproduzida no livro, não trazia nenhuma crítica nacionalista. "O jornal 'Última Hora' trazia uma crítica de Chico ao fato de Caetano e Gil usarem a imagem de exilados para tentar fazer sucesso no exterior, não uma crítica ao país".
Araújo diz que chegou a procurar o autor da reportagem no "Última Hora" depois que Chico o questionou a respeito, por ocasião da publicação de "Eu Não Sou Cachorro Não", mas que o jornalista já tinha morrido. E que, além disso, não houve nenhum questionamento do cantor ao "Última Hora" por ocasião da entrevista, nos anos 1970.
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| Chico Buarque (esq.) com o escritor Paulo César de Araújo, em entrevista em 1992 |