Folha de S. Paulo


Ambientada em agência, 1ª série nacional da Sony é espécie de 'Mad Men' lado B

O cenário é uma agência de publicidade, os personagens são os funcionários da empresa e a história envolve as campanhas desenvolvidas por eles. Não, não estamos falando de "Mad Men", a premiada série americana estrelada por Jon Hamm, mas de "Agora Sim", primeira aposta do canal pago Sony na ficção nacional, que estreia nesta quinta (26), às 22h.

Durante a apresentação da série para a imprensa, a comparação gerou risos entre os executivos do canal. É que na produção nacional, ao contrário do que ocorre na americana, tudo dá errado para os publicitários da pequena agência Bitt Propaganda.

Nela, Bittar é um publicitário quixotesco que sonha em ganhar prêmios e transformar a empresa em uma das grandes do setor. "Ele é um sonhador", explica o ator Fábio Herford, que dá vida ao personagem. "Ele está numa jangada, mas consegue convencer todo mundo de que está num transatlântico."

Quando a trama tem início, a Bitt acaba de mudar de endereço e plantar-se na frente da Parsi, uma das maiores agências do país. Lá, Bittar pretende pegar inspiração para novas campanhas e, assim, atrair mais clientes.

Como uma espécie de lado B de "Mad Men", que exibe os mais iluminados publicitários, a equipe da Bitt é formada por uma série de funcionários desajustados, que incluem uma secretária periguete, dois criativos atrapalhados, uma administradora durona e uma estagiária que chega lá por engano.

Thiago Bernardes/Divulgação
Elenco do seriado 'Agora Sim', produção nacional do canal Sony
Elenco do seriado 'Agora Sim', produção nacional do canal Sony

"A Marina é muito pé no chão, mas aos poucos ela vai se contaminando pela loucura dos outros funcionários", diz Mayara Constantino, que vive a estagiária, uma estudante de publicidade.

Parte do elenco cita "Mad Men" como uma das séries que usaram para entrar no clima das agências. Mas o tom do humor, dizem, foi buscado em produções como "The Office" e "The Big Bang Theory".

Na primeira temporada, há participações especiais de Moacyr Franco, Claudio Lins, Rafael Infante (Porta dos Fundos) e Junno Andrade, que aparece como Roberto Parsi, dono da agência concorrente.

De acordo com o diretor, João Daniel Tikhomiroff, a série "se passa no mundo dos publicitários, mas não é sobre publicidade". Apesar disso, a experiência na área contou pontos a favor. "Convivi muito nesse meio dirigindo comerciais", contou. "Conheci muitas Bitts e muitas Parsis."

Tikhomiroff explica que a série foi criada pela Mixer, produtora fundada por ele, e estava com o Sony desde 2009, quando foi gravado o primeiro piloto. Os executivos do canal dizem que a produção ficou quase dois anos em análise pela matriz americana.

A lei 12.485, que determina a inclusão de conteúdo nacional na programação dos canais pagos, deu o empurrão final para o projeto sair do papel. As duas empresas coproduziram os 13 episódios da comédia, que teve custo total de R$ 3,5 milhões e contou com apoio da Ancine.

SEM CLAQUE

O formato só se distancia do sitcom clássico em um aspecto: a ausência de claque (aquelas risadas programadas a cada piada proferida na tela). "Optamos por não filmar com plateia porque o público brasileiro tem certa aversão a ser forçado a rir", explicou. "Nós achamos que não precisava disso. As risadas vão vir espontaneamente."

Katia Murgel, vice-presidente de programação da Sony, diz que não teve problema para encaixar a produção em meio aos seriados majoritariamente americanos. "É muito bom ter uma produção local com a mesma qualidade dos produtos estrangeiros, que têm mais experiência e milhões de dólares por detrás", disse.

O canal tem os direitos de exibição para a América Latina e diz que há a possibilidade de exportar a produção para outros países. Já há conversas sobre uma nova leva de episódios, a depender da repercussão da primeira temporada.

AGORA SIM
Estreia da série
QUANDO dia 26, às 22h, no Sony
CLASSIFICAÇÃO livre


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