Folha de S. Paulo


Metallica apresenta seu circo nostálgico no Rock in Rio

Quando o Metallica subir ao palco do Rock in Rio, hoje, os pensamentos dos quatro integrantes da banda deverão estar bem longe da Cidade Maravilhosa. Mais especificamente nos Estados Unidos, onde, daqui a seis dias, estreia seu filme, "Metallica: Through the Never".

Mistura de filme-concerto e videoclipe gigante, foi rodado em Imax e 3D e traz todo o gigantismo de produção associado ao grupo. Críticos já destacaram a grandiloquência da empreitada: "Quase dá para sentir o cheiro do dinheiro escorrendo da tela gigantesca", escreveu Stephen Dalton, do jornal "The Hollywood Reporter".

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INOVAÇÃO

Até 1991, o Metallica foi o grupo de rock pesado mais inovador de sua época, lançando discos clássicos -"Kill 'Em All", "Ride the Lightning", "Master of Puppets", "...And Justice for All" e o mastodôntico sucesso "Metallica", também conhecido como "Álbum Preto".

Esse LP vendeu 30 milhões de cópias, fez o heavy metal palatável às massas e transformou o Metallica no Rolling Stones do metal, um gigantesco circo ambulante que vive de reciclar o passado.

Nos últimos 22 anos, o Metallica lançou cinco discos: dois medianos ("Load", 1996, e "Reload", 1997), um ruim ("St. Anger, 2003), um bom ("Death Magnetic", 2008) e um risível ("Lulu", a fracassada colaboração com Lou Reed, de 2011).

Cada vez mais, os lançamentos do grupo parecem só uma desculpa para excursionar e faturar milhões.

Quem diz que o Metallica virou atração nostálgica não é nenhum detrator. A própria banda confirma. Basta ver o repertório dos últimos shows: em uma recente turnê na Ásia, o Metallica tocou 18 músicas por noite. E apenas duas foram gravadas após 1991.


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