Folha de S. Paulo


Man Booker Prize se abre a autores de mais nacionalidades

O Man Booker Prize, principal prêmio literário britânico, anunciou nesta quarta (18) que a partir do próximo ano aceitará inscrições de todos autores de língua inglesa, inclusive dos Estados Unidos, publicados no Reino Unido.

Criado em 1969, o prêmio até hoje só aceitava escritores do Reino Unido, Irlanda e dos 54 países integrantes da comunidade britânica. V.S. Naipaul (nascido em Trinidad e Tobago), o indiano Salman Rushdie, a canadense Margareth Atwood e o inglês Ian McEwan foram alguns dos nomes premiados nas últimas décadas.

Segundo Jonathan Taylor, presidente do júri, com a mudança o prêmio poderá "reconhecer e celebrar autores que escrevam em inglês, sejam de Chicago, Sheffield ou Xangai. Estamos abraçando a liberdade do inglês em todo o seu vigor, sua vitalidade, versatilidade e glória onde quer que esteja. Estamos abandonando as limitações das fronteiras geográficas e nacionais."

O anúncio vem ainda com uma outra novidade: editoras que já chegaram à final pelo menos cinco vezes nos últimos cinco anos podem inscrever até quatro livros, enquanto quem nunca foi listado só pode indicar um.

Segundo os novos critérios, os escritores podem ser laureados independentemente da nacionalidade, desde que tenham escrito em inglês e sido publicados no Reino Unido.

A decisão polêmica foi baseada em uma "extensa investigação com a ajuda de consultores independentes". Durante 18 meses, foram ouvidos escritores, leitores, editoras, agentes e lojas. Inicialmente, a Fundação Booker Prize cogitava criar um prêmio específico para autores norte-americanos, mas, depois das pesquisas, os organizadores tiveram o receio de que a premiação fosse "comprometida ou diluída". Optou-se, então, pela sua expansão.

O prêmio tem uma dotação de US$ 79,8 mil (R$ 175,3 mil), e seu prestígio pode fazer com que um livro venda 300 mil cópias em vez de 300 exemplares.


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