Folha de S. Paulo


Rock in Rio descumpre exigências dos Bombeiros sobre atendimento médico

Oficiais do Corpo de Bombeiros que vistoriaram o Rock in Rio denunciaram a organização do evento ao Ministério Público por não cumprir as exigências quanto à estrutura de postos de saúde que deveria estar disponível.

Segundo o laudo dos Bombeiros, feito durante vistoria que foi acompanhada por promotores do MP, o número de médicos, de leitos, de suprimentos e de ambulâncias é insuficiente e não cumpre o que foi exigido.

O Rock in Rio informou ter sete postos de saúde espalhados pela Cidade do Rock, mas a fiscalização dos bombeiros e do MP encontrou apenas seis. Do total de 25 médicos que deveriam estar atuando, apenas 17 foram encontrados; em vez das 14 ambulâncias acordadas, apenas oito estavam no festival.

A longa lista de irregularidades apontada pelo laudo inclui ainda "falta de sinalização dos postos médicos", "ambulâncias básicas sem materiais e insumos mínimos para o funcionamento", "acolhimento e classificação de risco ineficazes".

Promotores ouvidos pela Folha afirmaram que alguns dos postos de saúde não estariam mantendo registro dos atendimentos médicos realizados.

Procurada pela Folha, a organização do festival enviou um e-mail no qual dizia que "a Cidade do Rock dispõe de sete postos de atendimento médico, estrategicamente distribuídos, sendo um deles no Riocentro (...). Não há qualquer pessoa desassistida no local".

O comunicado dizia ainda que "o Rock in Rio também está efetuando algumas mudanças, a pedido das autoridades que estiveram no local, a fim de atender o público de uma forma ainda melhor". Os organizadores estudam a possibilidade de substituir a empresa contratada para cuidar do atendimento médico.

Segundo dados oficiais, até ontem haviam sido realizados 1.054 atendimentos nos postos médicos -- 423 na sexta e 631 no sábado. Desses casos, três pessoas foram removidas na sexta e outras quatro no sábado, mas nenhum caso grave foi registrado, segundo os organizadores.


Endereço da página: