Folha de S. Paulo


Emoção e performances irregulares marcam show em tributo a Cazuza

A emoção esperada na homenagem a Cazuza deu as caras, garantindo o sucesso de uma empreitada que sofreu com o desempenho irregular de seus convidados.

Segundo show do palco Mundo, começou dando impressão de que seria sensacional. Paulo Miklos jogou peso em "Vida Louca Vida" --que, apesar de ser Lobão e Bernardo Vilhena, ficou famosas com Cazuza--, e "Down em Mim", dos tempos de Barão Vermelho.

Depois, cantou a primeira parte de "Exagerado" e chamou ao palco Maria Gadú para fechá-la num empolgado dueto.

Gadú seguiu com o show e manteve o pique em "Faz Parte do meu Show" e "Bete Balanço".

A apresentação teve seus momentos fracos a seguir. Bebel Gilberto escolheu arranjos fracos e deixou o público esfriar.

Rogério Flausino, do Jota Quest, mostrou o entusiasmo de sempre, com altos e baixos.

Ao comentar "Ideologia", que cantaria em seguida, disse que "no Brasil as canções de protesto não envelhecem". Não envelhecem, mas ficam piores com arranjos funkeados como os mostrados no palco.

Ney Matogrosso fez uma contida mas emocionante performance de "O Tempo Não Para", seguida de "Codinome Beija-Flor" e "Brasil".

GRANDE FINAL

O Barão Vermelho ficou, compreensivelmente, com o grande final. Usou imagens de Cazuza falando ao público do primeiro Rock in Rio, em 1985. Frejat arrancou aplausos falando do ex-parceiro.

"Sempre me perguntam em entrevistas o que o Cazuza estaria fazendo hoje em dia, se estivesse vivo. Eu digo que não sei, porque não sou adivinho, mas de uma coisa tenho certeza: ele ia estar adorando ver esse povo na rua, nas manifestações", disse, antes de cantar "Blues da Piedade".

Para encerrar, a escolha foi "Pro Dia Nascer Feliz", música que na época do primeiro Rock in Rio constava dos repertórios de Ney e do Barão. Com todos os convidados do projeto cantando juntos e muitos fogos de artíficio, levantou o público.


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