Cultuada na Broadway, a figura do compositor não foi contemplada entre as 16 categorias que integram a primeira grande premiação para musicais do país, o Prêmio Bibi Ferreira, cujo lançamento será realizado no próximo dia 9, no Theatro São Pedro.
Trata-se de uma falha, uma vez que musicais dependem do trabalho de compositores e não só dos diretores musicais --encarregados de indicar climas e de escolher temas, principalmente.
Musical nacional precisa de compositores de peças inéditas para se firmar
Embora um profissional possa acumular essas duas funções, "seria legal haver menção ao melhor compositor ou à melhor trilha original", diz o titã Branco Mello, que compôs as músicas do espetáculo "Jacinta" em parceria com Emerson Villani.
| Eduardo Knapp/Folhapress | ||
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| Branco Mello, da banda Titãs, que compôs para o espetáculo 'Jacinta' |
Segundo o idealizador do prêmio, Marllos Silva, diretor e pesquisador de musicais, a categoria será incluída na segunda edição do evento, a ser realizada no ano que vem.
"De início, achamos que não encontraríamos espetáculos com trilha sonora original, mas, nos últimos meses, houve, sim, uma série deles e acabamos caindo do cavalo", justifica-se.
O prêmio, prossegue Silva, pretende cobrir a lacuna deixada por outros troféus dedicados às artes cênicas. "Não há, por exemplo, premiação para coreógrafos. O Shell e o APCA, dois prêmios importantes, não têm essas categorias", comenta.
A iniciativa também busca reforçar a vocação comercial criada entre musicais. "Tornou-se algo turístico em São Paulo: hoje, tem gente que vem para a cidade, faz compras na rua 25 de Março e depois vai assistir a uma peça musical", diz o diretor.
Este ano, a cerimônia será acompanhada pela Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo.
Entre os indicados na categoria "melhor musical" no período entre julho do ano passado e junho deste ano, estão os espetáculos "A Família Addams", "Lampião e Lancelote", "Priscila - Rainha do Deserto, o Musical", "Quase Normal" e "Tim Maia - Vale Tudo".
Em quatro anos, o Bibi Ferreira pretende expandir suas fronteiras e criar também uma premiação para espetáculos que não são musicais.