Folha de S. Paulo


'Fui refém de Lindsay Lohan por 16 meses', diz diretor em Veneza

Quando a atriz e garota-problema Lindsay Lohan saiu de mais uma clínica de reabilitação, há cerca de um mês, ela revelou que iria participar do Festival de Veneza, único evento cinematográfico de grande prestígio a abrigar o novo filme estrelado por ela: "The Canyons", dirigido por Paul Schrader, roteirista de "Taxi Driver".

Mas não foi bem o que aconteceu. Apesar de sido listada pela organização como uma das celebridades presentes em Veneza, Lindsay não veio para a Itália promover o longa e nenhuma explicação foi dada por sua assessoria. A decisão deixou Schrader irritadíssimo e o cineasta deixou isso bem claro na entrevista concedida nesta sexta-feira (30) à imprensa mundial.

Michael Buckner/Gabriel Bouys/AFP
A atriz Lindsay Lohan, estrela do filme 'The Canyons',de Paul Schrader
A atriz Lindsay Lohan, estrela do filme 'The Canyons',de Paul Schrader

"Hoje, eu sou um homem livre, depois de ter sido mantido refém de uma atriz completamente imprevisível por 16 meses", disparou o diretor referindo-se à data que contratou Lindsay, conhecida por cancelar eventos e por bebedeiras e envolvimento com drogas.

"Ela deveria estar aqui hoje e me prometeu que estaria aqui, mas não veio. E por essa razão não quero falar sobre sua vida. Posso falar sobre o trabalho de Lindsay como atriz, mas não vou falar sobre ela no papel de celebridade."

"The Canyons", cujo orçamento de US$ 155 mil foi bancado por meio do site de financiamento coletivo "Kickstarter", foi oferecido para vários festivais, mas nenhuma curadoria teria aceitado a obra por causa de sua baixa qualidade.

O longa foi lançado em algumas cidades dos Estados Unidos há menos de um mês --e já pode ser visto online em "video on demand"--, sendo massacrado pela crítica americana.

Em Veneza, o drama sobre um casal (o ator de filmes pornô James Deen e Lindsay Lohan) que quebra a monotonia ao chamar desconhecidos e desconhecidas para sua cama todas as noites foi recebido com risadas em diversas cenas dramáticas.

"Essa reação não é uma surpresa para mim", rebateu o roteirista Bret Easton Ellis. "Meus diálogos foram construídos para reproduzir pessoas artificiais vivendo em um mundo artificial, como se estivessem em uma novela."


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