Folha de S. Paulo


Coleção de DVDs traz clássicos que garantem vida longa ao gênero de Faroeste

Faroeste é como o herói desse gênero cinematográfico: não morre fácil.

Durões como Clint Eastwood, John Wayne, Charles Bronson e Lee Marvin já foram inúmeras vezes deixados para morrer, feridos no meio do deserto, sem água nem cavalo, e ainda assim sobreviveram para a vingança.

Para o faroeste, decretado morto no final dos anos 1970, o retorno vingador vem em esporádicos sucessos de crítica e de público, como "Os Imperdoáveis" (1992), de Eastwood, ou "Django Livre" (2012), de Quentin Tarantino. Ou em coleções que resgatem os grandes do bangue-bangue.

As lojas acabam de receber "O Melhor do Faroeste", 12 DVDs que, em grande parte, justificam o pomposo título.

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Pelo menos cinco entram em qualquer lista de melhores já realizados. E cada um é bem diferente do outro.

"Butch Cassidy" (1969) é o único faroeste entre os 14 filmes dirigidos por George Roy Hill e se tornou o campeão de bilheteria do ano.

Robert Redford e Paul Newman, espécie de Brad Pitt e George Clooney da época, dão charme aos pistoleiros mais caçados da praça.

"Sete Homens e um Destino" (1960) e "Três Homens em Conflito" (1966) são exemplos de grandes faroestes, mas de países diferentes.

O primeiro, do americano John Sturges, mostra uma cidadezinha mexicana que pede proteção a um grupo de pistoleiros de rostos famosos, como Yul Brynner, Charles Bronson e Steve McQueen.

O segundo é um dos três filmes que Clint Eastwood rodou na Itália com o cineasta Sergio Leone, o mestre do chamado "spaghetti western" -além de mestre, o único a conceber obras-primas nessa onda italiana de imitar o faroeste americano.

QUESTÃO RACIAL

Em "Hombre" (1967), Paul Newman é criado pelos índios e sofre preconceito dos brancos. Mas estes pedem ajuda quando passageiros de uma diligência correm perigo. É um faroeste panfletário, o segundo de Newman com o diretor Martin Ritt, depois de "O Indomado" (1963).

Também diretor que se deu bem em vários gêneros, Richard Brooks fez um clássico em "Os Profissionais" (1966), história de pistoleiros contratados para resgatar a mulher de um fazendeiro raptada por bandidos mexicanos.

No elenco, os durões Burt Lancaster e Lee Marvin e a macia Claudia Cardinale, no auge da beleza.

A coleção traz cinco filmes estrelados por John Wayne (leia ao lado a relação). Os fãs adoram, mas nenhum se compara aos melhores do ator, como "Rastros de Ódio" ou "Onde Começa o Inferno".

Atenção: dos 15 diretores e atores dos filmes da coleção citados neste texto, só três estão vivos: Clint Eastwood, 83, Robert Redford, 77, e Claudia Cardinale, 75. O gênero não morre, mas seus grandes nomes não são imortais.


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