Folha de S. Paulo


Diversidade marca festival de curtas que começa nesta quinta em SP

Uma seleção que vai de ficções científicas a debates sociais será apresentada no 24º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, que começa nesta quinta-feira (22) na capital paulista.

O diretor Marco Dutra, do curta "Nascemos Hoje, Quando o Céu Estava Carregado de Ferro e Veneno", realizado em parceria com Juliana Rojas, define o filme como "uma ficção científica musical, gravada em VHS".

Autores do longa "Trabalhar Cansa" --exibido em Cannes, em 2011--, ele e Rojas realizam um voo livre nesta nova obra, com estética que lembra filmagens caseiras e trilha que remonta a programas infantis dos anos 1990.

Dois desconhecidos, Julio (Eduardo Gomes) e Clara (Carla Kinzo), insatisfeitos com a Terra (ele tem desilusões amorosas e ela, profissionais), encontram-se por meio de um anúncio e resolvem deixar para trás os problemas, com destino ao espaço.

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Cena do filme
Cena do filme "Nascemos Hoje, Quando o Céu Estava Carregado de Ferro e Veneno", de Marco Dutra e Juliana Rojas, sobre duas pessoas descontentes com a vida no planeta Terra

A ideia do filme e do formato partiram do diretor Felipe Bragança, que sugeriu a diversos cineastas que criassem obras que se relacionassem com a origem do amor dos autores pelo cinema.

Os fragmentos foram reunidos no longa "Desassossego" (2011), mas o curta foi exibido em uma versão menor, sendo apenas agora mostrada em seu corte completo.

O festival também traz novos diretores, como Toti Loureiro, que colocou o dedo na ferida em sua primeira obra, "O Sol pode Cegar". Nela, ele aborda a iniciação sexual do jovem Paulo (Vinicius Tardio) com a empregada da família.

Divulgação
Cena do filme
Cena do filme "O Sol pode Cegar", Toti Loureiro, que narra a iniciação sexual de um jovem com a empregada da família

PRECONCEITO

O conflito não se limita às reações preconceituosas ao caso, que ocorre de forma consensual. Após saberem do ocorrido, um grupo de amigos de Paulo estupram a empregada Maria (Melissa Arievo).

"Ele fica dividido entre a pressão social dos amigos e um sentimento de afeto por ela", diz Loureiro.

A inspiração veio de uma experiência pessoal do diretor: um amigo passou pela mesma situação. "Não houve estupro, mas as pessoas começaram a fazer brincadeiras, comentaram sobre a possibilidade de ela furar a camisinha", conta o diretor.

A produção é um exemplo da diversidade da seleção de 412 curtas de 50 países exibidos no festival, que contará também com o filme de estreia de Luis Felipe Labaki, filho do crítico Amir Labaki, e com suas mostras tradicionais e algumas especiais, com filmes da resistência cultural dos anos 1970 e uma homenagem ao diretor Zózimo Bulbul.

FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS-METRAGENS DE SÃO PAULO
QUANDO de 22 a 30 de agosto
ONDE MIS, Cinemateca Brasileira, CineSesc, Espaco Itaú Augusta, Centro Cultural São Paulo; Cine Olido e Cinusp Paulo Emílio
QUANTO grátis
SITE Confira programação e classicação em www.kinoforum.org.br


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