Folha de S. Paulo


Ladrões roubam cem obras raras em Campinas

Cerca de cem obras raras, como livros e correspondências, foram roubados do Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA) de Campinas (a 93 km de São Paulo) na tarde de quinta-feira (8) por cinco homens armados que invadiram o local e renderam funcionários e visitantes.

Entre as obras raras roubadas estão 11 livros escritos no início do século 19 pelo francês Auguste Saint-Hilaire (1779-1853) sobre a flora brasileira. Esses livros já haviam sido roubados e recuperados pela Polícia Federal há cerca de três anos.

Foram levadas também três peças do Museu Campos Sales --presidente da República de 1898 a 1902, nascido em Campinas-- que funciona no local. Entre elas está uma carta do do imperador chinês Guangxu (1875-1908) ao então presidente.

Segundo Marino Ziggiatti, presidente do CCLA, a instituição ainda precisa realizar um levantamento de tudo o que foi roubado.

"[Os ladrões] Vieram por encomenda para levar os livros de botânica", afirma. "Mas acabaram levando cerca de cem obras raras." Segundo ele, as obras de botânica têm valor histórico e cultural e estão cotadas em U$ 25 mil cada uma.

A Polícia Civil e a Polícia Federal investigam juntas o crime. Segundo a Delegacia de Investigações Gerais de Campinas, há suspeitas de que os os assaltantes sejam de uma quadrilha de outra cidade, especializada nesse tipo de roubo.

O grupo fugiu em um carro que foi estacionado em frente ao CCLA. A polícia ainda não tem pistas.

A Polícia Federal informou que vai alertar autoridades nas fronteiras e acionar a Interpol (polícia internacional) para evitar que as obras roubadas deixem o país.

O CCLA é uma entidade privada, sem fins lucrativos, fundada em 1901 por cientistas, artistas e intelectuais de Campinas. Atualmente, tem uma biblioteca com 120 mil volumes, 500 deles considerados raros, além de uma pinacoteca com 160 obras de arte.


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