Folha de S. Paulo


Estreia de Wagner Moura em Hollywood ganha première em Los Angeles

O ator Wagner Moura foi uma das estrelas da première de "Elysium", longa de Neill Blomkamp ("Distrito 9"), armada nesta quarta-feira (7), no Regency Village Theatre, em Los Angeles.

O brasileiro interpreta Spider, um dos principais personagens do filme protagonizado por Matt Damon, que também compareceu à pré-estreia ao lado da mulher, a argentina Luciana Barroso, e da atriz Jodie Foster, uma das vilãs da ficção científica.

"Elysium" segue a linha do longa anterior do diretor sul-africano, misturando cenas de ação ousadas com crítica social. Diferentemente de "Distrito 9", Elysium tem uma narrativa mais tradicional, apesar do clima hiperrealista: Damon interpreta Max, um ex- delinquente que tenta levar uma vida normal na Terra superpopulosa e miserável do ano 2154. Após um acidente na fábrica onde trabalha, Max sofre um forte envenenamento radioativo e precisa encontrar uma maneira de viajar para Elysium, uma gigantesca estação orbital onde moram os políticos e a minoria rica do planeta.

Lá, há maquinas com a tecnologia para curar qualquer doença por meio de um scan de DNA, mas apenas cidadãos de Elysium podem usufruir do benefício.

Wagner Moura interpreta Spider, ex-parceiro de Max em roubos que virou chefe do submundo da Los Angeles do futuro e principal contrabandista de terrenos para a estação orbital --uma metáfora mais que clara em relação às mulas mexicanas que tentam atravessar a fronteira com os Estados Unidos.

A ficção científica mostra toda a capacidade de Blomkamp de criar mundos fantásticos com base na realidade. Sua Terra de 2154 é um bloco urbano sem fim, onde Brasil e Canadá, por exemplo, são interligados por tapetes urbanos intermináveis.

MISTURA DE SOTAQUES

O resultado é uma mistura interessante de sotaques: Damon fala inglês normal, mas entende e se comunica em espanhol, assim como seu par romântico, interpretado por Alice Braga; Moura faz um personagem de nacionalidade indefinida, mas com sotaque de um brasileiro; Sharlto Copley, um agente de Elysium infiltrado na Terra, carrega nas expressões sul-africanas; e Jodie Foster escolheu um terrível tom francês para a chefe de segurança de Elysium.

A crítica ficou dividida com o filme. A opinião geral é que "Elysium" é um bom filme, mas que poderia ter sido melhor se a metade final da trama não virasse uma perseguição frenética nos moldes de qualquer blockbuster de verão.

A performance de Wagner Moura foi elogiada pela revista especializada "Variety", que o comparou ao porto-riquenho Raul Julia (1940-1994) pela "grandiloquência da atuação".

O longa entra em cartaz nos Estados Unidos nesta sexta-feira (9) e estima-se que vá arrecadar algo em torno de US$ 35 milhões a US$ 40 milhões no primeiro fim de semana --mas alguns analistas são mais pessimistas, prevendo que a ficção científica não chega aos US$ 30 milhões em três dias. O filme está previsto para estrear no Brasil em 20 de setembro.


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