Folha de S. Paulo


Cinemateca contrata empresa de 'headhunter' para encontrar novo diretor

Sem diretor desde janeiro, o Conselho da Cinemateca Brasileira contratou a Heidrick & Struggles, uma multinacional de "headhunter" (caça talentos), para encontrar um nome para presidir o órgão.

O Conselho também criou um "comitê de busca" para coordenar essa procura. O comitê é formado por Roberto Teixeira da Costa, presidente da SAC (Sociedade Amigos da Cinemateca), Ismail Xavier, presidente do Conselho da Cinemateca, e por Luiz Carlos Bresser-Pereira, membro do conselho da SAC.

A SAC é uma organização sem fins lucrativos que dá apoio à gestão da Cinemateca.

"Não queremos só uma pessoa do mundo das artes, precisamos de um bom administrador", diz Teixeira da Costa.

Segundo ele, o serviço da Heidrick & Struggles é pro bono (gratuito). Sócio da empresa no Brasil, o consultor Manoel Rebello também afirma que neste caso a Heidrick & Struggles trabalhará de graça --alega que a política é empregada em vários países, em geral para clientes que são ONGs.

A empresa fará uma lista de pessoas com o perfil procurado pela Cinemateca. Em agosto, o comitê irá entrevistar as pessoas e decidir, com o Ministério da Cultura, quem será o novo diretor.

CRISE

Desde janeiro, quando o diretor Carlos Magalhães foi exonerado, a pesquisadora Olga Futemma ocupa o cargo interinamente.

A Cinemateca, instituição responsável pela preservação da produção audiovisual brasileira, vive uma crise administrativa desde então --repasses do Ministério da Cultura à SAC foram paralisados. Por esse motivo, a SAC teve de demitir cerca de 43% de seus funcionários.

Há duas semanas, Teixeira da Costa e Gabriel Jorge Ferreira, vice-presidente da SAC, reuniram-se com a ministra da Cultura, Marta Suplicy, em São Paulo. Segundo Teixeira da Costa, os dois fizeram uma exposição sobre resultados preliminares de uma auditoria externa feita pela Price Waterhouse.

"Não foram encontrados indícios de que houvesse transferências indevidas de recursos", diz ele, "mas foram detectadas algumas iniciativas que deveriam ter sido tomadas e não foram. Alguns controles internos poderiam ter sido aperfeiçoados", completa, sem comentar casos específicos.

Há, também, outra auditoria em curso, realizada pela CGU (Controladoria Geral da União) nos convênios entre a SAC e o MinC. Segundo a Folha informou em maio, essa auditoria deve apontar prejuízo ao Estado.


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