Folha de S. Paulo


Primeiras cenas do remake de 'RoboCop' dividem opinião de fãs em San Diego

O ator sueco Joel Kinnaman começou a treinar sua andada robótica muito antes de ser escalado para estrelar o remake de "RoboCop". "Devo ter ter visto o filme [original] umas 25 ou 30 vezes. Aprendi a caminhar como ele muito antes de virar ator", disse Kinnaman, 33.

Como no novo trabalho o androide tem um verniz mais humano, o ator teve que adaptar seu estilo uma vez colocada a armadura.

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"O uniforme é quente como o inferno, meio que como um aparelho de tortura", continuou Kinnaman, conhecido por estrelar a série "The Killing". "É um personagem muito vulnerável, apesar de ser muito poderoso. Quem é ele agora? Uma propriedade? Ele depende do sistema para viver, para se plugar."

Divulgação
O novo visual do RoboCop, em filmagem do longa de Padilha
O novo visual do RoboCop, em filmagem do longa de Padilha

A crítica ao excesso de propaganda que está no roteiro do "RoboCop" original foi substituída no remake pelo comportamento da mídia americana, representada pelo personagem interpretado por Samuel L. Jackson, um apresentador de TV.

Michael Keaton, que foi Batman no cinema em 1989 e 1992, faz o vilão, como presidente-executivo da fabricante OmniCorp, enquanto Gary Oldman, que interpreta Gordon nos filmes recentes de "Batman", é o cientista maluco que inventa o RoboCop.

Num trecho inédito apresentado no Comic Con, num painel para cerca de 6.000 fãs, Jackson aparece na TV defendendo as missões dos EUA no exterior operadas por ciborgues, como no Irã.

As cenas tiveram recepção mista pelos frequentadores do festival. Teve quem se surpreendeu, quem ignorou completamente por ser um remake e quem se revoltou pela possibilidade de ser PG-13, ou seja, classificação branda indicando o trabalho para maiores de 13 anos (o original era para maiores de 18).

"Parece bom, mas ainda estou temeroso com o resultado final. Pelo menos não parece ser um desastre completo", escreveu o blogueiro Alex Billington. Outro blogueiro no Twitter concordou: "Parece muito diferente do original. Me dá esperanças", disse Devin Faraci.

Já o frequentador do Comic Con Adam Frazier ficou decepcionado: "Prefiro que façam algo original e não mexam nos clássicos. Na pior das hipóteses, será um filme ruim. Na melhor, os pré-adolescentes vão pensar ser uma espécie de imitação de 'Homem de Ferro'".

No final, um androide surge atacando um garotinho com uma faca, sem saber diferenciar situações de perigo real. Outra cena exibida foi a transformação de Kinnaman em RoboCop. Mostra o choque do personagem ao perceber que a armadura é, na verdade, seu novo corpo. (FE)


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