Folha de S. Paulo


Atriz de 'Renoir' se identifica com lado vanguardista da personagem

Christa Theret, 22, começou cedo sua carreira no cinema francês. Aos 13 anos, já participava de "O Corte", do diretor Costa-Gavras. Desde então, a atriz estrelou mais nove longa-metragens, atuando ao lado de nomes como Sophie Marceau, em "Rindo à Toa" (2008), e Jean Dujardin, em "Les Bruit Des Glaçons" (2010).

Theret está em dois filmes que estrearam no Brasil este ano: "O Homem que Ri", adaptação do clássico de Victor Hugo, lançado em maio, e "Renoir", que estreia hoje em Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e Vitória (ES), com pré-estreias em Brasília (DF) --o longa está em cartaz em São Paulo e no Rio desde a semana passada.

"Gostei da Déa, de 'O Homem que Ri', porque ela é frágil, mas ao mesmo tempo é muito forte. Mesmo cega, ela consegue ver a alma das pessoas", diz a atriz, que sente todos os personagens que performa deixando suas marcas nela mesma.

No entanto, ela fala que é mais parecida com Andrée Heuschling, a musa de "Renoir". "Ela é totalmente vanguardista, moderna. Se recusa a ser condicionada à sua posição social. Acho que por isso que me identifiquei mais."

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Christa Theret e Michel Bouquet em cena de
Christa Theret e Michel Bouquet em cena de "Renoir", filme dirigido por Gilles Bourdos

"Ela sabe que o pintor [Pierre-Auguste Renoir, que dá nome ao filme] tem um olhar diferente sobre ela, e isso lhe dá força. Dá certeza de que ela não se tornará uma reles empregada", diz sobre a personagem, que teme seguir o rumo das outras mulheres que habitam a fazenda do pintor, indo de modelo a doméstica.

A atriz, que é loira, fala que os cabelos ruivos da personagem ajudaram na caracterização. "Mas outros fatores também ajudaram. O fato de ter o Michel transformado em Renoir ali, as roupas da época. Além disso, o ateliê foi totalmente reconstituído", ela conta.

"O desafio foi executar o personagem da maneira mais simples possível, como está no roteiro", diz Theret, que teve de posar nua durante as filmagens. "O fato de ficar sem roupa foi um pouco difícil no começo, mas meu pai é pintor, então sei que a nudez não é uma coisa que tem a ver com sexo. É arte mesmo."

PAI E FILHO

"Renoir", dirigido por Gilles Bourdos, conta a história da influência de uma mulher na vida de dois grandes artistas franceses, o pintor impressionista Pierre-Auguste Renoir (Michel Bouquet) e seu filho, o cineasta Jean.

O filme, rodado no ano passado na França, encerrou a mostra Un Certain Regard, no Festival de Cannes deste ano, e é a terceira maior bilheteria de um filme estrangeiro nos Estados Unidos em 2013, depois de estrear no final de março.

No longa, o pintor, já septuagenário, está nos últimos anos de sua carreira, cada vez mais debilitado pelas dores da artrite. Ao mesmo tempo, seu filho (Vincent Rottiers) ainda não descobriu a profissão que o levaria a fazer obras como "A Grande Ilusão" (1937) e "A Regra do Jogo" (1939), e retorna de muletas da Primeira Guerra Mundial à vida com o pai.

A chegada de Andrée, nova modelo do pintor, à sua fazenda Les Collettes, em Cagnes-sur-Mer, sudeste da França, inspira o velho Renoir e fascina o mais jovem.

RENOIR
DIRETOR Gilles Bourdos
PRODUÇÃO França, 2012
ONDE em cartaz em São Paulo e Rio e estreia nesta sexta (26), em BH, Porto Alegre, Curitiba e Vitória


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