Ex-diretor do Louvre, em Paris, o francês Henri Loyrette, que deixou o museu em abril deste ano, será o novo presidente da Admical, uma organização sem fins lucrativos que representa patrocinadores privados na França. Sua mudança da esfera pública para a privada sinaliza uma tendência no cenário cultural europeu, abalado pela crise econômica há cinco anos.
Em artigo, o jornal "Le Monde" disse que "essa é uma boa mudança para a cultura, num momento em que o apoio financeiro de patrocinadores é vital para substituir a falta de subsídios do Estado".
Fundada em 1979, a Admical representa 180 empresas francesas e estrangeiras que atuam na área da cultura, do meio ambiente e do esporte. É uma espécie de central financeira para executivos, instituições filantrópicas e representantes da imprensa.
Entre outras ações, a empresa criou uma série de diretrizes que viraram referência em patrocínios corporativos, defendendo isenções fiscais ou um regime tributário mais favorável a grandes patrocinadores.
Nos 12 anos que passou à frente do Louvre, Loyrette também defendeu uma aliança mais estreita com o setor privado e foi o arquiteto da implantação da filial do museu parisiense em Abu Dhabi, que será inaugurada em 2015 e rendeu aos cofres do Louvre cerca de R$ 1,2 bilhão pelo uso do nome do museu.