Folha de S. Paulo


Brasil evitará olhar para o passado na Feira de Frankfurt

Um redário para estrangeiros descansarem, um lounge que emula a marquise do Ibirapuera, totens com personagens anônimos que são a cara do Brasil.

O pavilhão de 2.500 m² em que o Brasil se apresentará ao mundo como país convidado da Feira de Frankfurt, em outubro, sob responsabilidade dos artistas Daniela Thomas e Felipe Tassara, será focado no país como é hoje, multicultural, evitando a abordagem memorialística.

"Quisemos representar a ideia de miscigenação e antropofagia sem cair na armadilha do resgate histórico. O destaque não será para Euclydes da Cunha, e sim para o olhar contemporâneo", disse ontem, em Paraty, o crítico Manuel da Costa Pinto, curador da programação literária brasileira no maior evento editorial do mundo.

"Estará mais para mixagem, para sampler, do que para antropofagia", resumiu Antonio Martinelli, coordenador da programação cultural.

Em entrevista coletiva, Juergen Boos, presidente da Feira de Frankfurt, disse que, ao serem apresentados ao material, na semana passada, "os jornalistas alemães ficaram chocados por não verem nada relacionado a samba, e sim uma abordagem muito intelectual".

O comitê organizador da participação brasileira, encabeçado por Renato Lessa, presidente da Biblioteca Nacional, comentou detalhes da programação, divulgada dias atrás em Frankfurt, com destaque para artistas como Criolo, Lenine, Christiane Jatahy e Felipe Hirsch.

A literatura contemporânea, além de estar presente na forma dos 92 escritores que até outubro irão à Alemanha, aparecerá também em trabalhos como o de Hirsch, que preparou uma montagem a partir de textos de jovens autores como Luisa Geisler e Antonio Xerxenesky.


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