Folha de S. Paulo


Após dois mandatos, FHC deixa presidência da Fundação Osesp

A Fundação Osesp anunciou nesta terça-feira seu novo presidente. Será Fábio Colletti Barbosa, presidente do grupo de mídia Abril S.A., em substituição a Fernando Henrique Cardoso, que chegou ao fim de seu segundo mandato de quatro anos e não poderia ser reconduzido novamente ao cargo.

A fundação, criada em 2006, é o órgão que supervisiona a gestão da orquestra e assina com o governo do Estado contratos anuais de gestão. Por esses contratos, a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) se compromete a um certo número de atividades, como os concertos na Sala São Paulo, recebendo em troca uma dotação para seu orçamento.

Nos últimos oito anos, de 2006 a 2012, os repasses do governo evoluíram de R$ 44,2 milhões para R$ R$ 55,8 milhões. Mas a primeira quantia representava 76% do orçamento da orquestra, enquanto hoje representa bem menos, 57%. Paralelamente, os recursos próprios, sobretudo captações junto à iniciativa privada, passaram de R$ 14 milhões para R$ 42 milhões, saltando de 24% para 43% do orçamento.

Jorge Araújo/Gabo Morales/Folhapress
Fernando Henrique Cardoso, que deixa a presidência da Fundação Osesp; e Fábio Barbosa, que assume o cargo
Fernando Henrique Cardoso, que deixa a presidência da Fundação Osesp; e Fábio Barbosa, que assume o cargo

O novo presidente da fundação, que também foi presidente do banco Santander, diz que o atual equilíbrio entre dotação pública e verbas privadas deverá ser mantido.

Além de Fábio Colletti Barbosa, integram o novo conselho da Osesp o ex-governador Alberto Goldman, os economistas Antonio Quintella e Eliana Cardoso, os empresários Heitor Martins e Helio Mattar, o criminalista José Carlos Dias, a historiadora Lilia Moritz Schwarcz e o economista e músico Manoel Corrêa do Lago.

Fernando Henrique Cardoso disse que o momento mais delicado de sua gestão foi a crise que levou à saída do maestro John Neschling, no final de 2009. Ele também qualificou de "mínimos" os riscos de esvaziamento da orquestra diante de mudanças eventuais no governo estadual. A orquestra, diz ele, carrega hoje "grande solidez institucional".

Ainda na segunda (24), entre as últimas decisões do conselho presidido por FHC, Marin Alsop, que já era a regente titular da Osesp, recebeu o título de diretora musical da orquestra.


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