Folha de S. Paulo


Eleita a melhor do mundo, orquestra toca hoje em SP

A Sala São Paulo hospedará hoje e amanhã um dos melhores momentos sinfônicos de sua história. A Sociedade de Cultura Artística recebe a Orquestra Real do Concertgebouw, de Amsterdã, sob regência de Mariss Jansons.

A orquestra e o maestro estão entre os mais reconhecidos por suas fortes personalidades musicais. Embora a ideia de ranking não faça muito sentido, pois faltam parâmetros mensuráveis, a Concertgebouw foi escolhida há cinco anos, por críticos consultados pela revista britânica "Gramophone", como a melhor orquestra do mundo, destronando a Filarmônica de Berlim.

O som aveludado de suas cordas e a expressividade de suas madeiras produzem uma sonoridade singular. É um conjunto que atua maravilhosamente porque tem sede em uma sala inaugurada em 1888 e dotada de excepcional qualidade acústica.

A Concertgebouw já esteve quatro vezes em São Paulo, a última delas em 1998, regida pelo então titular, o italiano Riccardo Chailly.

Mariss Jansons, 70, nascido na Letônia, integra qualquer lista dos dez maestros vivos tecnicamente mais talentosos. Foi assistente há 40 anos de Yevgeny Mravinsky, na então Filarmônica de Leningrado (hoje São Petersburgo). Ocupou em seguida a Filarmônica de Londres, a Sinfônica de Pittsburgo e a Sinfônica da Rádio da Baviera. Está na Holanda desde 2004.

À Folha, ele disse se deparar, nas temporadas para assinantes ou em turnês, com um público majoritariamente conservador. Mas vê crescer a parcela dos que aceitam compositores menos conhecidos ou contemporâneos.

Disse gostar tanto de reger óperas quanto música de concerto. "Mas minha vida se estruturou em torno das sinfônicas, sem que tivesse sido uma opção minha."

Sobre os livros que lê, Jansons diz privilegiar textos que cerquem a biografia dos compositores que está prestes a reger, lendo cartas que eles escreveram ou fotografando informações culturais que reconstituam os ambientes em que eles viveram.

Ele regerá em São Paulo Rachmaninov, Tchaikovsky e Mahler. Mas também um compositor holandês menos interpretado, Johan Wagenaar (1862-1941), sinfonista influenciado pelo alemão Richard Strauss. Dele, a Concertgebouw fará a abertura de "A Megera Domada", peça escrita em 1909. As "Variações sobre um tema de Paganini", de Rachmaninov, terão como solista o pianista russo Denis Matsuev, de 38 anos.

ORQUESTRA REAL DO CONCERTGEBOUW
QUANDO hoje e amanhã, às 21h
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16, tel. 0/xx/11/3256-0223)
QUANTO de R$ 140 a R$ 390
CLASSIFICAÇÃO livre


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