Folha de S. Paulo


Obra reúne críticas de teatro de João Apolinário entre 1964 e 1971

Entre os anos de 1964 e 1971, a produção teatral paulista não foi marcada somente pela contestação política.

Houve também rasgos de experimentalismo que reverberaram, por exemplo, em "O Rei da Vela", de José Celso, ou na importação de sucessos da Broadway, entre eles o musical "Hair", dirigido por Ademar Guerra em 1969.

Um rico panorama desta época está traçado na publicação de "A Crítica de João Apolinário - Memória do Teatro Paulista de 1964 a 1971", em dois volumes (Imagens Conteúdo e Formas, R$ 52 e R$ 59,90). No total, os dois livros reúnem 329 imagens e 332 textos escritos pelo jornalista e poeta português.

"Em arte, o compromisso, o engajamento das ideias e das emoções criadoras, têm um processo: não o culto de uma personalidade ou de um sistema, mas a solução do homem no que nele há de cósmico e universal, isto é, eterno", dizia o autor.

É esta ideia que dá norte a avaliações sem muitas papas na língua. Em uma crítica ao espetáculo "O Pelicano", texto de Strindberg com direção de Antônio Abujamra, Apolinário deixa o título: "Receita para fazer teatro: bom autor, mau elenco e um ex-bom diretor. Serve-se morto".

Entre os textos, há também valiosos balanços sobre o cenário das artes cênicas, apontando números. O autor afirma, por exemplo, que em 1971, 41 espetáculo estrearam na cidade de São Paulo. A obra é organizada por Maria Luiza Teixeira Vasconcelos.

A CRÍTICA DE JOÃO APOLINÁRIO
ORGANIZAÇÃO Maria Luiza Teixeira Vasconcelos
EDITORA Imagens Conteúdo e Formas
QUANTO R$ 52 (vol. 1, 549 págs.) e R$ 59,90 (vol. 2, 637 págs.)


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