"Django Livre" enfrentou um longo caminho para conseguir ser exibido nas salas de cinema da China. Foram meses de negociações, uma estreia cancelada e cenas que foram consideradas "impróprias" pelo governo do país acabaram cortadas na sala de edição.
Mas tanto esforço parece ter sido insuficiente, o filme de Quentin Tarantino, que conta as aventuras de um ex-escravo que se torna caçador de recompensas nos Estados Unidos de pouco antes da Guerra Civil Americana (1861-1865) faz feio nas bilheterias.
De acordo com a Sony Pictures, desde o lançamento de "Django Livre", em 12 de maio, o filme arrecadou apenas US$ 2,75 milhões (cerca de R$ 5,8 milhões). A performance decepcionante na China --o segundo maior mercado consumidor de filmes do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos-- contrasta com o sucesso mundial do longa, que arrecadou mais de US$ 424 milhões (ou R$ 905 mi) ao redor do mundo.
O site "mtime.com", dedicado ao cinema e ao entretenimento popular, calculava, no início de maio, que o filme arrecadaria cerca de US$ 10 milhões (o equivalente a R$ 21,3 mi) em sua passagem pelo território chinês.
Na época, as autoridades chinesas apontavam como motivo para a proibição da exibição de "Django Livre" o excesso de cenas de violência. No entanto, usuários da rede social Weibo, semelhante ao Twitter, denunciaram que a razão real seria um nu frontal presente na produção.
Todos os filmes exibidos na China são submetidos antes à avaliação do Estado, que decide se eles podem ser exibidos completamente, se partes devem ser cortadas ou se devem ser totalmente proibidos, normalmente devido a cenas de sexo ou violência.
O último filme de grande repercussão foi "007 - Operação Skyfall", que teve grande sucesso entre o público chinês. Na versão para o país, foi retirada uma cena em que James Bond mata um guarda de segurança em Xangai.
O filme de Tarantino já vinha sendo vendido em DVD --sem cortes-- na maioria das lojas do país, como garantem os usuários das redes sociais.