Folha de S. Paulo


Geração de Rodolfo Fogwill renovou cena da literatura argentina

Rodolfo Fogwill faz parte da geração que renovou a literatura argentina pós-Borges e Cortázar. Ao lado de Cesar Aira, Ricardo Piglia e Juan José Saer, marcou uma nova fase nas letras do país vizinho.

"São autores que discutem o realismo. Fogwill misturava isso com uma atitude contestatória com relação à classe média progressista argentina, seus valores e modo de ver a vida", diz o crítico e editor Damián Tabaróvsky.

Edição póstuma revela vida sonhada de escritor argentino Rodolfo Fogwill
Dois outros inéditos de Rodolfo Fogwill serão lançados neste ano

Para ele, essa veia está mais exposta em "Os Pichiciegos", que escreveu em seis dias, logo após o fim da Guerra das Malvinas, e que trata da ilusão dos militares e da sociedade argentinas na recuperação das ilhas, por meio da história de um grupo de soldados desertores.

Zipi/Efe
O escritor argentino Rodolfo Fogwill (1941-2010) posa para foto em Madri durante entrevista
O escritor argentino Rodolfo Fogwill (1941-2010) posa para foto em Madri durante entrevista

Essa característica também se encontra em seus contos e ensaios. "Nos últimos anos antes de morrer, havia sido descoberto pela nova geração, que o lê e o admira e hoje o tem como referência. Se tivesse vivido seis ou sete anos mais, teria tido um reconhecimento muito maior, dentro e fora da Argentina", afirma Tabaróvsky.

Entre as obras mais importantes de Fogwill, estão "Vivir Afuera" e "Muchacha Punk". O escritor também se dedicava ativamente a oficinas literárias, nas quais interagia com jovens autores.

Fumante inveterado, foi vítima de vários efeitos do cigarro, desde uma deformação no rosto até o enfisema que terminou matando-o de forma relativamente precoce. (SC)


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