Folha de S. Paulo


Poucos surdos vão ver stand-up traduzido à linguagem de sinais

Visando à inclusão dos surdos, dois dos shows do palco de comédia contaram com tradução para a linguagem brasileira dos sinais.

No primeiro deles, às 14h30 deste domingo, o mestre de cerimônias Rafael Cortez mostrou surpresa com a novidade. Ao explicar a novidade ao público, ele mostrou um leve desconforto quanto ao modo mais adequado de se referir aos surdos. Titubeou entre deficiente auditivo e outros termos, mas as intérpretes logo tranquilizaram o apresentador, dizendo que o correto era, simplesmente, surdos.

Mas, na prática, poucos deles apareceram. No começo do show, havia quatro deles na área cercada em frente ao palco. Foram embora antes do fim do show. Apesar de colocadas em cima do palco, bem visíveis ao público, as tradutoras não eram filmadas pelas câmeras que alimentavam o telão.

Duas tradutoras trabalharam na apresentação das 14h30, que teve os humoristas Rogério Morgado, Gustavo Mendes, André Santi, Rafael Marinho e Fabiano Cambota.

Este último, integrante da banda Pedra Letícia, garantiu boas risadas ao brincar com o conceito de fama e anonimato que ronda a sua banda de rock, originária de Goiás, e ao interpretar "Em Plena Lua de Mel", canção de Reginaldo Rossi, em português e em versões macarrônicas em outros idiomas.

Rafinha Bastos fechou a rodada de humor --a penúltima desta Virada-- entre muitos aplausos. Interagindo com a intérprete de LIBRA, propôs novos modos de dizer "cotoco" --tema de uma de suas piadas-- e "cu", que ele considerou excessivamente parecido com o sinal para "ok".


Endereço da página:

Links no texto: