Folha de S. Paulo


Na Virada, show de Pharoah Sanders é marcado por repertório inédito

O sino do Pátio do Colégio tocou as 12 badaladas do meio-dia e Pharoah Sanders começou a soprar seu saxofone tenor.

Aos 72 anos, a lenda do jazz americano não demorou para apresentar suas credenciais.

Diante de um público inicialmente pequeno, que cresceu ao longo do espetáculo, Sanders fez um show condizente com sua trajetória.

Acompanhado do grupo São Paulo Underground, com destaque para o trompete enérgico do americano Rob Mazurek e a bateria de Maurício Takara, ele fez jus à vanguarda que sempre marcou sua música.

Com um repertório de inéditos e improvisos, Sanders dialogou com as sonoridades orientais, uma de suas marcas, mas também com o groove do R&B, característica de suas gravações dos anos 1980.

O músico de Little Rock, Arkansas, terra do saxofonista amador Bill Clinton, demonstrou grande profissionalismo num show fluente, no qual tocou com empenho, com poucos intervalos entre uma música e a outra.

O espetáculo teve leituras de poemas em homenagem à mãe de Mazurek, morta recentemente, e uma citação, por parte do músico Rodrigo Brandão, a um dos temas mais conhecidos do repertório de Sanders: "The Creator Has a Masterplan".

O espetáculo terminou antes do sino das 13h, sem muitos protestos do público, que, apesar dos sorrisos, não lutou muito pelos bis. Pharoah Sanders acenou para o Pátio do Colégio e se retirou.


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