A Virada Cultural pode ter mudado a cara do centro de São Paulo com seus shows, mas quem passava pelos arredores do Mercado Municipal entre a noite deste sábado e a manhã deste domingo podia presenciar um trabalho inalterado pela festa: o dos feirantes.
Na região, funcionam diversos armazéns que recebem mercadorias do interior do Estado e do Ceagesp e distribuem para feiras na região metropolitana.
Valdinei Alves Oliveira, 34, gerente do armazém Loco Frutas, disse que a virada não alterou seu trabalho, mas que "turistas" apareceram querendo comprar frutas.
O dono da Val Frutas e da RS Frutas, Roberto Aparecido Sichirolli, 60, disse que também notou pessoas diferentes na Rua da Cantareira, onde fica seu armazém. "Os turistas estão passando na rua com cerveja na mão e a gente só vendo e passando vontade". Tanto Sichirolli quanto Oliveira não pretendem ver as atrações da Virada Cultural.
Já Laurentino Ferreira de Souza, 63, feirante e caminhoneiro, disse que ia deixar seu caminhão de lado no fim da madrugada para aproveitar a festa. Ele trazia no veículo um conjunto de roupa limpa e passada para isso. "Vou dar uma passada na Virada. Troco de roupa e ninguém me reconhece mais", disse.