Folha de S. Paulo


Thiago Pethit convida Feliciano a "borrar o batom" com ele

Após um começo atribulado, com o cancelamento de sua primeira atração (a Carreata Burlesca) sem aviso prévio ao público que se aglomerava no Palco Copan, essa estação da Virada Cultural recuperou o fôlego, com o início, às 19h20, do show de Thiago Pethit.

Inteiramente vestido de preto, em contraste com o vermelho que domina o Palco Copan da "cabeça aos pés", o músico fez uma entrada vigorosa.

Enquanto cantava "Pas de Deux", permitiu-se girar pelo mastro instalado para abrigar performances de pole dance.

Com repertório baseado em seu "Estrela Decadente", Pethit livrou-se da jaqueta para cantar a segunda música, que dedicou ironicamente ao "pastor Feliciano", deputado do PSC-SP, com uma introdução aplaudida pelo público.

"Pastor Feliciano, escute bem o que eu digo, gaste seu tempo comigo, tire toda a minha boca, borre o batom da minha boca, venha se perder por aqui."

Desde que assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em março, Feliciano é criticado por declarações consideradas homofóbicas e racistas. Ele nega as acusações.

Para protestar contra ele, diversos artistas já participaram de 'beijaços' homossexuais, como os cartunistas da Folha, os atores Caco Ciocler, Gero Camilo, Fernanda Montenegro, Camila Amado, entre outros.

SHOW

Com o tema cabaré, o Palco Copan foi desenhado para exalar sensualidade. "Para tocar nesse palco ou tem que ser maravilhosa ou popozuda. Eu sou os dois. Mentira, sou só maravilhosa", disse Pethit.

Em pausa calculada na metade do show, ele pediu ajuda da plateia para recuperar o fôlego. "Eu não sou a Ivete Sangalo. Eu não sou a Daniela Mercury, pessoal. Eu não sei cantar e dançar. Essa música é para que vocês cantem comigo e me façam o favor de recuperar o fôlego."

Indisfarçavelmente feliz com o público, o cantor anunciou antes da canção final ("Moon"): "Essa é a última música, mas se vocês fizerem um charminho eu volto. Só um charminho".

O público pediu "mais uma" e ele voltou (em questão de segundos) para cantar mais uma canção, antes da qual agradeceu a Virada e à plateia. "É um prazer imenso estar tocando no meio dessa São Paulo para todos vocês que estão aí. Foda!"

Pethit deixou o palco para o anunciado show de Agnaldo Timóteo (âs 20h35), que o coordenador do Palco Copan, Heitor Werneck, disse à Folha ter "recebido de presente".

"Eu escalei todo mundo nesse palco. O Agnaldo Timóteo me ofereceram de presente. Eu quis. Claro. Acho ótimo."

Ele então cantou "Mapa-Múndi" e insistiu com os que não haviam aderido ao coral: "Se não sabe a letra, é fácil, é só la-ra-ra-iá".

Pethit encerrou seu show no Palco Copan às 20h15 com uma plateia numerosa e animada a aplaudi-lo. Fãs do músico o acompanharam cantando junto as canções de "Estrela Decadente" e as que ele introduziu ao repertório do show, como "My Girl", que anunciou como "a minha música mais famosa".


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