Folha de S. Paulo


Peça dirigida por Roberto Alvim relaciona política e desejos em conflitos de classe

Questões políticas não precisam necessariamente distanciar-se de poéticas mais subjetivas --e o jogo entre essas duas esferas determina o andamento da peça "Invasor(es)", explica Roberto Alvim, diretor do espetáculo que estreia nesta sexta (17) no Sesc Pompeia.

O texto de Beatriz Carolina Gonçalves crava em suas primeiras linhas a premissa: o nível da represa que atravessa um município em zona rural sobe, prejudicando um grupo de agropecuaristas. Eles invadem a barragem para fazer a água escoar, e a ação provoca inundações na parte mais baixa (e mais pobre) da cidade, ocupadas por um assentamento político.

Lenise Pinheiro/Folhapress
Os atores Paula Cohen e Joca Andreazza em cena de
Os atores Paula Cohen e Joca Andreazza em cena de "Invasor(es)"

A partir deste contexto, a peça fecha seu olhar sobre os conflitos privados de um casal que vive na parte alta da cidade. Ele é um dos membros do grupo que invadiu a barragem. Ela contesta a participação do marido na ação e passa a descrever seus resultados na parte baixa do município.

Vividos por Paula Cohen e Joca Andreazza, os personagens atravessam o cenário provocado pelo conflito de classes sem abandonar a relação de sedução, ciúmes e desejo. A pulsão sexual por vezes circunda o contexto político, por vezes está sobreposta a ele. A figura de um homem misterioso que se aproxima da casa onde eles vivem engrossa a tensão.

INVASORES
QUANDO sex. e sáb., às 21h30, e dom., às 19h (por conta da Virada Cultural, no domingo, dia 19, o espetáculo será apresentado às 18h).
ONDE Sesc Pompeia (r. Clélia, 93, tel. 0/xx/11/3871-7700)
QUANTO R$ 16
CLASSIFICAÇÃO 16 anos


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