Há três anos, ninguém nunca tinha ouvido falar nos ingleses do The Vaccines. Hoje, o grupo coleciona feitos raros, especialmente para uma banda de indie rock. Exatamente um ano e um mês após sua estreia em São Paulo, na noite deste sábado (18) o grupo volta tocar na cidade, no Grand Metrópole, em apresentação única no país.
Em tempos de crise do disco, o quarteto lançou dois álbuns, ambos por uma grande gravadora (a Sony), em um ano e meio, intervalo que só era concebível no auge da indústria fonográfica.
Impulsionado pelo hype e pelo sucesso da canção "If You Wanna" na internet, "What Did You Expect from the Vaccines" (2011) estreou em quarto lugar das paradas britânicas e se tornou o disco de estreia mais vendido daquele ano. "Come of Age", lançado em setembro passado, foi diretamente para a primeira posição.
E em 6 de julho, a banda abre o show comemorativo de 50 anos de Rolling Stones no Hyde Park, em Londres. Nada mal para um quarteto que estourou da noite para o dia e que foi aprendeu a tocar ao vivo em meio a turnês mundiais.
"É insano pensar que a gente vai abrir para a maior e melhor banda de todos os tempos", diz o vocalista e guitarrista Justin Hayward-Young, 25 anos, em entrevista à Folha, por telefone.
Se em disco o grupo soa açucarado, já representando uma geração influenciada por Strokes, ao vivo o seu punk rock melódico se transforma em munição para um ataque em estilo "blitzkrieg", tão carregado de energia que chega a lembrar uma apresentação dos Ramones. Isso porque os membros do Vaccines não têm idade para terem visto Joey Ramone & Cia. ao vivo.
"Em todo show que fazemos, queremos dar tudo que temos, derramar cada gota de suór", diz Hayward-Young. O músico afirma que a banda se superou, em intensidade, em sua passagem pelo Brasil no ano passado. "Foi incrível, não tínhamos como imaginar que as pessoas nos conheciam e nos receberiam tão bem. Sempre penso naqueles dois shows [em São Paulo e no Rio], não vejo a hora de voltar."
Além de mais longo, devido ao repertório incrementado pelo novo álbum, o vocalista e guitarrista diz que o show de hoje deve ser melhor no quesito técnico. "Tocamos praticamente toda noite pelo último ano. Toda vez em que subimos no palco estamos refinando o nosso trabalho. Nos tornamos uma banda ao vivo muito melhor de lá para cá."
E mesmo com as pressões do sucesso, Hayward-Young não faz o estilo rockstar atormentado. "É difícil estar sempre em turnê e compor em um intervalo tão curto, especialmente no esquema de uma grande gravadora. Mas nos divertindo muito tocando e criando música. Acabamos de voltar de uma sessão de gravações em Los Angeles e foi ótimo! Temos sorte", conclui o líder da banda.
THE VACCINES
QUANDO sáb. (18), às 22h
ONDE Grand Metrópole (av. São Luís, 187; tel. 0/xx/11/3801-8341)
QUANTO R$ 180
CLASSIFICAÇÃO 18 anos