Folha de S. Paulo


Músico Andre Matos celebra 20 anos do disco "Angels Cry" em SP

O músico Andre Matos (Viper, ex-Angra, Shaman, Virgo, Symfonia) vai apresentar neste sábado (11), em São Paulo, um show em comemoração aos 20 anos do disco "Angels Cry", da banda Angra, além de músicas de seu mais recente álbum de inéditas, "The Turn of the Lights", que foi lançado em meio à turnê comemorativa da reunião do Viper.

"Decidimos fazer uma turnê com faixas de minha carreira e músicas de todas as bandas das quais participei além do álbum 'Angels Cry' na íntegra", disse o vocalista em entrevista à Folha.

Divulgação
Andre Matos posa para foto de divulgação do disco
Andre Matos posa para foto de divulgação do disco "The Turn of the Lights"

Questionado sobre uma possível reunião com o Angra, o vocalista foi enfático e disse não estar nos seus planos.

Ao lado de Hugo Mariutti e André Hernandes (guitarras), Bruno Ladislau (baixo) e Rodrigo Silveira (bateria), o vocalista convidou os fãs para o que chama de uma celebração de sua vida como músico.

ANDRE MATOS + MADGATOR E KING OF BONES
QUANDO neste sábado (11), às 20h
ONDE Via Marques (av. Marquês de São Vicente, 1.589, Barra Funda, São Paulo)
QUANTO de R$ 50 a R$ 200
CLASSIFICAÇÃO 16 anos

Veja a íntegra da entrevista com Andre Matos:

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Folha - De quem partiu a ideia para comemorar os 20 anos do "Angels Cry", do Angra, além da turnê de divulgação?
Andre Matos - Foi logo após a turnê comemorativa do Viper, que foi um sucesso e até mesmo fizemos mais shows que o devido graças aos pedidos dos fãs. A nossa turnê começaria no ano seguinte, na mesma época em que o disco "Angels Cry" completaria 20 anos.

O próprio Rafael Bittencourt, guitarrista do Angra, disse que gostaria de ter você na banda novamente para comemorar o aniversário do álbum.
Eu tenho uma carreira solo há sete anos e não fazia sentido parar tudo por causa disso. Nos meus shows, posso revisitar todas as fases e bandas das quais participei e nisso eu tenho muita liberdade. Voltar ao Angra soaria estranho, principalmente porque após a minha saída da banda nós não mantivemos contato. No Viper, pelo contrário, sempre fomos amigos e a turnê de reunião reviveu isso ainda mais. A incompatibilidade com os membros do Angra e o compromisso com a minha banda atual são os principais fatores para que essa reunião não aconteça.

A reunião com o Viper ajudou na confirmação de sua participação no festival Rock in Rio, que acontece no segundo semestre de 2013.
Na verdade, quem vai tocar no Rock in Rio vai ser a minha banda solo. Porém, como vamos nos apresentar em um palco de parcerias entre artistas, nós sugerimos que o Viper tocasse conosco. Eles vão entrar no meio do show e tocar algumas músicas. Essa participação no festival marca uma coincidência. Logo quando entrei no Viper, fui assistir a abertura do festival em 1985 e vi os shows do Whitesnake, Queen, Iron Maiden etc. O evento marcou tanto, que foi a partir daquele dia que resolvi fazer aquilo pelo resto da minha vida. Participar do mesmo festival 28 anos depois encerra um ciclo e faz com que eu reflita sobre tudo que aconteceu na minha carreira.

O Viper vai relançar "Soldiers of Sunrise" (1987) e "Theatre of Fate" (1989), além do novo DVD ao vivo. Existe a possibilidade de vocês gravarem um disco de inéditas?
Ainda não há nada planejado. Nós fizemos a turnê comemorativa e gravamos o DVD no show de São Paulo. No meio disso tudo, conseguimos os direitos para relançar os discos "Soldiers of Sunrise" e "Theatre of Fate", que estavam fora de catálogo e por isso vamos dar ao público novamente acesso aos dois trabalhos e também o novo vídeo ao vivo. Para gravar um disco novo, precisamos sentar e conversar. A turnê foi muito legal e realmente nos divertimos tocando novamente, mas para um disco novo ainda falta um bom tempo.

No disco "The Turn of the Lights" você volta aos teclados. Você pensa em voltar a tocar teclado novamente ao vivo?
Às vezes, nas apresentações ao vivo nós temos certa limitação de palco. O teclado não é um instrumento muito fácil de ser carregado e transportado, sobretudo pela logística que isso demanda. Por isso, resolvemos gravar algumas partes em "samplers" e usar nas apresentações, quando necessário. Sou um vocalista por acidente, antes de começar a cantar, sempre brinquei no piano e teclado quando era criança e adolescente.

Na turnê do "Angels Cry" você cantava em tons muito altos e isso fez com que tivesse problemas vocais. Você foi obrigado a aprender a dosar sua voz?
Na turnê eu ousava muito mais e atingia notas altíssimas. Com estes problemas adquiridos após as apresentações fui obrigado a aprender a dosar a voz e usar as técnicas na hora certa. O importante não é tanto saber cantar, mas manter a voz. Cansei de ver vocalistas que perderam a voz com o tempo por não se cuidarem. Cantar rock exige muito do vocalista. No final da turnê, cantando as músicas em tom alto todos os dias, eu estava cansado, mas não sabia que tinha danificado a voz. Só fui descobrir isso quando entrei no estúdio para gravar o segundo disco. Os médicos disseram que a musculatura precisava de tratamento e essas lições de manutenção vocal seguem comigo até hoje.

Você pensa em gravar um show para lançar um DVD dessa turnê?
Tenho captado material há muito tempo para lançar um DVD. Nós vamos filmar profissionalmente o show de São Paulo, com a mesma equipe que gravou o show do Viper. Ao final da turnê, vamos ver como ficou tudo e, quem sabe, lançar algo no ano que vem.


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