Maria Lassnig e Marisa Merz receberão, em 1º de junho, o Leão de Ouro pelo conjunto da obra na Bienal de Veneza. Lassnig, 93, é a artista austríaca que ficou conhecida pela pintura de autorretratos com base na estética do acionismo vienense, e Merz, 87, nasceu em Turim, na Itália, e consolidou sua obra entre os mestres da arte povera, movimento dos anos 1960 e 1970.
Em cada edição, a Bienal de Veneza, a mostra de arte contemporânea mais importante do mundo, escolhe artistas para premiar pelo conjunto da obra e um nome emergente. Enquanto os nomes dos veteranos são anunciados antes do início da mostra, o nome do artista mais jovem é conhecido só na abertura da exposição.
Nas palavras do curador desta edição, o italiano Massimiliano Gioni, Lassnig representa o artista num estado de "inquietude, excitação e desespero". "Em seus autorretratos, ela compôs uma enciclopédia pessoal da autorrepresentação e usou a pintura como método de auto-análise", escreveu Gioni em nota à imprensa.
Lassnig já ocupou o pavilhão austríaco na Bienal de Veneza em 1980, participou de duas edições da Documenta, em Kassel, na Alemanha, e já teve individuais no Centre Georges Pompidou, em Paris, e na Serpentine Gallery, em Londres.
Sobre Merz, Gioni afirmou que a artista se "destacou por suas reflexões sobre a esfera doméstica e técnicas artesanais associadas ao trabalho manual feminino". "Ela desenvolveu uma linguagem pessoal, em que pintura, escultura e desenho dão forma a imagens que parecem arcaicas e primordiais", afirma o curador.
A artista italiana, aliás, já havia vencido o prêmio especial do júri na Bienal de Veneza em 2001 e participou da mostra também em 1998. Seu trabalho esteve na Documenta, em mostras no Guggenheim, em Nova York, e na Tate, em Londres, e numa individual no Pompidou.