Folha de S. Paulo


Emissão de carteirinhas pela UNE pode crescer 737%

Aprovada há duas semanas na Câmara, a lei da meia-entrada segue para apreciação do Senado e beneficia a União Nacional dos Estudantes (UNE) e outras entidades com a exclusividade na emissão de carteirinhas estudantis.

Hoje, comprovantes de matrícula, documentos escolares ou mesmo boletos são aceitos para a obtenção do benefício da meia-entrada.

Se aprovada, a nova lei pode aumentar em 737% as carteirinhas emitidas pela UNE: de 800 mil documentos confeccionados em 2012 para um universo potencial de 6,7 milhões de alunos do Ensino Superior, segundo o MEC (Ministério de Educação).

Com isso, a carteirinha vendida hoje a R$ 35 pode gerar à UNE até R$ 234 milhões, menos os custos da produção, que não foram informados pela entidade. A UNE quer diminuir o preço das carteirinhas para R$ 20 -- o que reduziria para R$ 134 milhões o montante arrecadado.

Daniel Iliescu, presidente da entidade, informa que incrementos na receita serão direcionados à construção de uma sede da UNE no Rio.

Até 2001, a UNE e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) tinham o monopólio da emissão de carteirinhas, quando uma Medida Provisória revogou a exclusividade. Para a
UNE, a mudança abriu precedência para fraudes na meia-entrada.

A retomada da emissão apenas por certas entidades é ponto de discórdia entre UNE e associações estudantis.

Para Ricardo Holz, da Associação Brasileira dos Estudantes de Ensino à Distância, quem compra carteirinhas de sua associação não se sente representado pela UNE.

Para Alex Fraga, da Associação Baiana de Estudantes de Educação à Distância, a UNE "representa mais partidos que estudantes".

Editoria de Arte/Folhapress
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