Folha de S. Paulo


Com 167 mil ingressos vendidos, Lollapalooza se consolida como maior festival de São Paulo

Diante de uma crise esboçada nos grandes eventos musicais em São Paulo, com o cancelamento de festivais, o segundo Festival Lollapalooza Brasil mostrou força ao vender 167 mil dos 180 mil ingressos disponíveis.

Mais aguardado do festival, Pearl Jam guarda hits para final

A produtora do evento anunciou ontem as datas da terceira edição, em 2014.

Dos 60 mil ingressos diários oferecidos, vendeu 52 mil no primeiro, 55 mil no segundo e teve ontem lotação total.

Não repetiu as vendas decepcionantes de shows recentes na cidade como os de Madonna e Lady Gaga.

No ano passado, o primeiro Lollapalooza no Brasil - festival criado nos Estados Unidos em 1993 que foi "importado" pela GEO Eventos- teve dois dias e reuniu uma grande atração por noite (Foo Fighters e Arctic Monkeys).

No resto da programação, as bandas eram novatas ou de menor projeção.

Desta vez, ampliado em mais um dia, conseguiu um line-up mais poderoso. Os "headliners" (principais atrações de cada dia) foram o grupo pop Killers, a dupla de rock e blues Black Keys e o veterano Pearl Jam, uma das maiores bandas de rock do planeta.

Antes delas, as tardes do festival foram pontuadas com shows empolgantes.

Para muitos, a melhor apresentação não foi um dos principais, mas o do Queens of the Stone Age, banda que voltou aos palcos no sábado, após longo hiato.

Ontem, o público vibrou com o Kaiser Chiefs e seu vocalista Ricky Wilson, que desceu à plateia e depois escalou o palco, cantando a mais de cinco metros de altura.

Outro cantor ensandecido foi Pelle Almqvist, que mostrou como The Hives é uma banda devastadora no palco.

O Planet Hemp fez uma apresentação consagradora. Enfileirou hits, com Marcelo D2 pedindo a liberação da maconha e a saída de Marcos Feliciano da Comissão de Direitos Humanos.

Enquanto festivais como SWU e Planeta Terra não anunciam novas edições, o Lollapalooza 2014 foi confirmado e ocorrerá novamente durante a Páscoa, entre os dias 18 e 20 de abril.

Mas o momento não é só de comemoração.

Problemas enfrentados neste ano pedem soluções. As chuvas da última sexta-feira transformaram o Jockey Club num lamaçal.

Mesmo com a trégua da chuva nos dias seguintes, a lama persistiu. Pior: o cheiro de estrume foi forte, agravado por muita sujeira. Com longas filas nos banheiros químicos, qualquer canto foi usado para essa função.

Na sexta-feira, a troca de ingressos comprados pela internet demorou quase duas horas, problema sanado nos dias seguintes.

Mesmo com adversidades, o público foi animado. Garotos enfrentavam a lama com galochas e atendiam a todos os pedidos dos cantores ("Pulem!", "Mãos para cima!", "Batam palmas!").

Se depender dessa moçada, o festival terá vida longa.


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