Folha de S. Paulo


Com miscelânea de gêneros, Deadmau5 transforma Lolla em pista de dança

De repente as luzes do palco acendem e, do alto de uma espécie de púlpito, surge alguém com uma cabeça estilizada e enorme de um rato. Joel Zimmerman, o canadense por trás da máscara e do projeto Deadmau5 (pronuncia "dead mouse"), poderia ter feito um show marcante no festival Lollapalooza Brasil, na noite de hoje, se apoiando apenas no visual.

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Mas há a sua música, considerada uma das mais inventivas da música eletrônica atual, dando ainda mais suporte ao show. A junção das duas coisas garantiu uma das melhores performances da noite.

Cumprindo o papel que na edição do ano passado do Lolla foi do americano Skrillex --de apresentar alguém no auge de sua contribuição para a evolução permanente da música eletrônica--, Zimmernan transformou o palco Butantã numa imensa pista de dança.

No set do DJ e produtor, tudo é válido para ser relido e mostrado ao público como uma espécie de catalisador de gêneros, seja rock, synth, dubstep, inúmeras variações de house, electro e o sem fim de subgêneros do ramo. Nem sempre as coisas se amarram da melhor maneira, mas os cacos se perdem no bom conjunto do show.

O resultado é instigante. Percebendo isso, o público (onde várias pessoas usavam réplicas da tal máscara) respondeu a altura, ora com empolgação e muita dança (a maior parte do tempo) ora numa espécie de contemplação dos remixes e samplers sendo produzidos ao vivo.

Juntou-se a essa bem dosada mistura as boas projeções do palco e a iluminação beirando a perfeição. Além, claro, das máscaras mostradas aos poucos --que acendem, que brilham, que acompanham o ritmo da música tocada.

Quando decidiu mostrar a cara, Zimmerman exibiu um boné onde se lia "death" (morte).

Editoria de Arte/Folhapress

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