O cearense Lino Villaventura talvez seja um dos poucos estilistas a desfilar na São Paulo Fashion Week que se dão ao luxo de apresentar uma coleção inspirada em suas próprias divagações.
Ao encerrar a temporada de verão 2014 da SPFW, hoje (22), Lino fez questão de afirmar no texto de apresentação que "a coleção viaja na imaginação" e questiona o leitor se pensou "na Amazônia, no Pará, no Nordeste, na Ásia ou em culturas milenares" quando a desenvolveu.
O resultado é um sem fim de vestidos luxuosos à sua maneira, com cristais de origem tcheca aplicados em tecidos caros, como tafetá de seda pura, organza de seda pura e gaze de seda. Pura, claro.
Mais. Golas altas, ombros à mostra, vestidos longos e curtos, transparências. "Tudo junto e misturado", como ele mesmo pontuou.
Especializado em moda festa e com um ateliê de roupas sob medida disputado por socialites - a ex-"Mulheres Ricas" Brunete Fraccaroli assistia tudo da primeira fila -, o estilista não se ateve a uma cartela enxuta. Jogou com preto, branco, vermelho, cobre, ouro, bronze e estampas sem medo de errar.
As máscaras e a performance das modelos podem ter ficado deslocadas no bolo, mas, numa temporada em que os custos de produção deram o tom das passarelas, Lino mostra que rir de si mesmo pode ser uma saída para a crise, seja ela financeira ou criativa.