A ex-senadora Marina Silva foi ao prédio da Bienal para ver o desfile de Ronaldo Fraga e buscar assinaturas para seu partido.
A Folha conversou com Silva sobre moda e o atual estado da indústria: "Não quero fazer dessa visita um palanque e nem falar como candidata, mas poderia haver, sim, uma atenção maior com uma classe como a da moda".
Confira, abaixo, o resto da conversa.
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Folha - Qual moda ou modismo não te representa?
Marina Silva - Difícil falar disso. Cada pessoa é de um jeito, é singular, tem sua forma de ser e de estar no mundo. Em termos de cultura, em relação àquilo que as pessoas preferem, é difícil fazer comparação. Para mim, tudo aquilo que é homogêneo, que não guarde pelo menos alguma raiz de singularidade, que represente a beleza da diversidade cultural não me representa. O bom é que no espaço da arte, da moda, é possível buscar essa singularidade, ainda que preservando aquilo que são os pontos de contato entre cada um de nós, mas, aí, cada um faz a sua escolha do que é belo e não há um critério que possa universalizar o que é belo.
O que você achou do desfile do Ronaldo Fraga?
É a segunda vez que eu venho. Ele tem um trabalho social muito interessante, procura mostrar a diversidade da beleza do país para o mundo e para nós mesmos. Ele conversa com esse imaginário da diversidade brasileira e consegue fazer com que o universal do belo se expresse na singularidade de nossas muitas belezas. É a valorização de um trabalho que consegue juntar a arte, o belo com um compromisso de um mundo melhor, de um Brasil melhor, que seja diverso, que seja sustentável.
Eu fiquei muito emocionada hoje, vendo os sapatos [do desfile inspirado no futebol]. O pai dele era de um time de várzea e isso tem tudo a ver com o meu universo. E eu fico emocionada como, de um passado sofrido, é possível haver um ser humano que transforme isso em beleza, em riqueza, em criatividade sem perder o compromisso do que é justiça, com o que é a defesa do meio ambiente, com o que é busca de um mundo melhor.
O trabalho de Fraga se encaixa perfeitamente no que nós, que lançamos essa ideia [do novo partido] acreditamos, que é a valorização das indústrias criativas, da sustentabilidade e numa transformação social.
| Zanone Fraissat/Folhapress | ||
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| Marina Silva com o criador da SPFW, Paulo Borges |