A atuação do comediante Seth MacFarlane como apresentador do Oscar na noite de domingo (24) foi criticada pela Liga Anti-Difamação, uma associação americana que monitora a representação de judeus na mídia.
Nesta segunda-feira, o grupo, liderado por Abraham Foxman, emitiu um comunicado criticando a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood e MacFarlane (criador da série "Family Guy") por um segmento da cerimônia, considerado antissemita.
A Liga criticou o momento em que o ator Mark Wahlberg se apresentou no palco ao lado do urso Ted (personagem dublado por MacFarlane), para entregarem os prêmios de melhor edição de som e melhor mixagem de som.
No trecho, Ted brincou sobre como os judeus "controlam Hollywood", e que a fieldade ao judaísmo seria necessária para trabalhar na indústria cinematográfica americana.
"Meu nome é Theodore Shapiro, e eu quero doar dinheiro a Israel e continuar a trabalhar em Hollywood para sempre", disse Ted.
"Embora já esperássemos piadas de judeus em Hollywood de Seth MacFarlane, o que ele fez no Oscar foi ofensivo e nem remotamente engraçado. Apenas reforça estereótipos que legitimam o antissemitismo", disse a Liga Anti-Difamação em comunicado.
"É triste e desolador que os prêmios Oscar mostrem estereótipos anti-judaicos em troca de risadas."
A Liga reconheceu que, embora a piada de MacFarlane seja aceitável para os presentes na cerimônia, ela pode não ter sido bem vista pelas "mais de dois bilhões de pessoas da audiência global da festa, incluindo aquelas que sabem pouco ou nada sobre Hollywood ou a falsidade desses estereótipos judeus".
Não é a primeira vez que a associação se posiciona contra Seth MacFarlane. Em 2009, um episódio de "Family Guy" que continha "associações negativas entre judeus e dinheiro", segundo a Liga, também foi considerado antissemita.