Folha de S. Paulo


"O Lado Bom da Vida" arrebata os principais prêmios do Spirit Awards

Com oito indicações ao Oscar nas costas, a comédia dramática "O Lado Bom da Vida" recebeu os principais prêmios da 28ª edição do Spirit Awards, que aconteceu na tarde de hoje numa tenda na praia de Santa Mônica, em Los Angeles.

O longa-metragem ficou com melhor filme e melhor atriz para Jennifer Lawrence, além de melhor direção e roteiro para David O. Russell. Os dois repetem a disputa amanhã, na noite do Oscar.

O brasileiro Mauricio Zacharias competia por roteiro pelo trabalho em "Deixe a Luz Acesa", dirigido pelo americano Ira Sachs, mas perdeu para "O Lado bom da Vida".

Russell é veterano do Spirit Awards, considerado o Oscar do cinema independente. Ele recebeu seu primeiro troféu em 1995 por roteiro e filme de estreia com "Spanking the Monkey". Em 1997, foi indicado por "Procurando Encrenca".

Já Lawrence, favorita à estatueta dourada, foi indicada em 2011 por "Inverno da Alma", mas perdeu para Natalie Portman e seu "Cisne Negro".

Amanhã, "O Lado Bom da Vida" tem entre seus principais rivais "Argo" e "Lincoln", que não foram indicados ao Spirit Awards (o prêmio é dado apenas para trabalhos feitos com menos de R$ 40 milhões).

Nas categorias atriz e ator coadjuvantes, ganharam dois artistas que tiraram toda a roupa em favor de seus personagens: Matthew McConnaughey, pelo papel de stripper em "Magic Mike", e Helen Hunt, pelo peculiar trabalho de parceira sexual substituta em "As Sessões", em cartaz no Brasil.

"Valeu a pena se livrar das minhas gavetas para finalmente ganhar um prêmio", brincou McConnaughey.

Hunt também disputa o Oscar, mas suas chances são pequenas frente às favoritas Anne Hathaway ("Os Miseráveis") e Sally Field ("Lincoln").

Seu parceiro em "As Sessões", John Hawkes, ficou com melhor ator. Ele venceu em 2011 por "Inverno da Alma".

"Pude dançar com o parceiro de dança mais sexy do mundo, ainda que ele nem precisasse se mexer", disse Hunt sobre Hawkes, que faz um deficiente físico que procura ajuda de uma profissional para perder a virgindade.

Outros dois concorrentes ao Oscar e em exibição em salas brasileiras saíram premiados: o francês "Amor" ficou com melhor longa internacional, enquanto "Indomável Sonhadora" com melhor fotografia.

"Devo ser o homem mais velho desta festa", disse o austríaco Michael Haneke, 70, de "Amor".

"As Vantagens de Ser Invisível" e "Sem Segurança Nenhuma" foram lembrados nas categorias melhor primeiro filme e primeiro roteiro, respectivamente. Já o troféu John Cassavetes, para filmes com orçamento até R$ 1 milhão, foi para "Middle of Nowhere".

A comédia "Moonrise Kingdom", que liderou as indicações ao Spirit Awards ao lado de "O Lado Bom da Vida", cada um com cinco, ficou sem nenhum troféu.

Criado em 1984, o Spirit Awards premia longas americanos ou sobre a cultura americana. Em 2012, "O Artista" foi o grande vencedor, repetindo o feito no Oscar. Em 2011, foi a vez de "Cisne Negro", que só conseguiu o Oscar de atriz para Portman.


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