Folha de S. Paulo


Música é tema de documentários elogiados que estão no Festival Sundance

Dave Grohl, das bandas Foo Fighters e Nirvana, deixou os instrumentos de lado por um tempo para se dedicar ao que considera a coisa mais importante que já fez artisticamente: um filme.
"Sound City", que teve pré-estreia em Sundance, conta a história de um infame estúdio de Los Angeles que funcionou por 40 anos até fechar suas portas em 2011.

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Foi lá que o Nirvana gravou o álbum "Nevermind" e de onde saíram oito entre dez músicas que tocavam no rádio nos anos 1980.

"Como uma banda, você faz discos para si. É uma experiência egoísta. O documentário eu estou fazendo para as pessoas que aparecem nele e pelo amor à música", disse Grohl a jornalistas.

Sami Ansari/Divulgação
Dave Grohl (esq.), ex-Nirvana e atual Foo Fighters, em cena do documentario
Dave Grohl (esq.), ex-Nirvana e atual Foo Fighters, em cena do documentario "Sound City"

Os músicos Neil Young e Trent Reznor e o produtor Rick Rubin falam sobre suas experiências no estúdio, assim como Tom Petty, que mal sabia tocar quando entrou ali. Eles também debatem a revolução digital que, aos poucos, deixou o estúdio para trás.

Apesar de extremamente sujo e bagunçado, o local tinha uma incrível mesa de som customizada, que Grohl comprou após o fechamento do estúdio.

"Sinto que esta mesa de som é responsável pela pessoa que sou hoje. Se não fosse por ela, sabe-se lá como 'Nevermind' teria soado", diz.

O documentário, a ser lançado em fevereiro na internet, termina com músicos, incluindo Paul McCartney, tocando no estúdio pessoal de Grohl, onde a mesa de som antiga foi instalada.

O resultado virou um álbum, "Sound City Players". Em Park City, onde acontece o festival de Sundance, Grohl reuniu 17 músicos para um show de três horas.

CANTORAS NA SOMBRA

Outro documentário musical elogiado pela crítica foi "Twenty Feet from Stardom", sobre o tortuoso caminho das cantoras de backing vocals, sempre tão perto da fama, mas tão longe de alcançá-la.

Morgan Neville, diretor e produtor de filmes musicais, vai atrás da pioneira Darlene Love, integrante do primeiro trio de cantoras negras de background, quando tinha 15 anos. Enganada por Phil Spector, chegou a trabalhar como doméstica antes de emplacar carreira solo aos 40 anos.

Também conhecemos a trajetória de Lisa Fischer, cantora dos shows dos Rolling Stones desde 1989. Ela chegou a ganhar um Grammy com seu disco solo, mas voltou aos backing vocals depois do fracasso do segundo álbum. (FE)


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