Folha de S. Paulo


Releitura de artigos do poeta Augusto Campos se desdobram no presente

Publicado em 1978, "Poesia Antipoesia e Antropofagia" reunia artigos do combativo poeta Augusto Campos, dando destaque a uma produção literária inventiva e construtiva, como na análise da linguagem de "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa, ou no comentário crítico da trajetória de João Cabral de Melo Neto. Ou ainda no balanço da poesia concreta no já histórico "Poesia Concreta: Memória e Desmemoria", em resposta a um capítulo de "Cultura Posta em Questão", de Ferreira Gullar.

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Poesia antipoesia antropofagia & cia AUTOR Augusto de Campos EDITORA Companhia das Letras QUANTO R$ 47,90 (336 págs.) e R$ 30,90 (e-book) AVALIAÇÃO
"Poesia Antipoesia e Antropofagia"

A releitura desses artigos não significa simples recuar no tempo para ver como o apaixonado debate em torno da poesia se processou desde os anos 1950, mas perceber o quanto ele se desdobra no presente, com seu desejo de risco e desafio. Como para o poeta, hoje com 85 anos, essas ideias continuam fermentando, a nova edição ganha 11 textos, que revisitam poetas como Waldemar Cordeiro, Ernani Rosas, Cyro Pimentel, Erthos Albino de Souza e suas grandes admirações, como Oswald de Andrade e Sousândrade. (HEITOR FERRAZ MELLO)

POESIA ANTIPOESIA ANTROPOFAGIA & CIA
QUANTO: R$ 47,90 (336 PÁGS.) E R$ 30,90 (E-BOOK)
AUTOR: AUGUSTO DE CAMPOS
EDITORA: COMPANHIA DAS LETRAS

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O DUPLO ESTADO DA POESIA

A interpretação ampliada da poesia é signo desta época, como demonstra esse volume de título instigante ("estado" como natureza e lugar) que reúne 21 reflexões críticas, fruto de dois anos de pesquisas universitárias divididas em "A Poesia e a Ambivalência de Origem", "O Contemporâneo na Encruzilhada" e "A Religião Moderna da Poesia".

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Capa de O duplo estado da poesia
"O Duplo Estado da Poesia"

Se a defessa da lírica como gênero ambivalente é sempre instigante, uma de suas problemáticas é a idiossincrasia posicional: o seu lugar no mundo ou sua relação com o corpo. Isso explica que um dos núcleos onipresentes seja a análise da orientação da poesia para a prosa, perspectiva ancorada demais nas poéticas francesas contemporâneas, sendo ainda um assunto espinhoso, pois não é a tendência narrativa que assegura maior feedback do real ou das vozes da vida.

Outras poéticas transversais são trazidas por Beckett, Michaux, Leminski e Bolaño, numa leitura que exige engajamento. (ADOLFO MONTEJO NAVAS)

O DUPLO ESTADO DA POESIA
QUANTO: R$ 43 (320 PÁGS.)
AUTOR: VÁRIOS (ORG. DE SUSANA SCRAMIN, MARCOS SISCAR E ALBERTO PUCHEU)
EDITORA: ILUMINURAS

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DRUMMOND: JOGO E CONFISSÃO

Professora emérita da UFRJ, Marlene de Castro Correia dedicou boa parte da vida acadêmica ao ensino e ao estudo da poesia de Carlos Drummond de Andrade. Como lembra, na introdução desse livro, o poeta Eucanaã Ferraz, que foi seu aluno, ela acabou produzindo em torno de Drummond "um pensamento tão sólido quanto original".

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Drummond: jogo e confissãoAUTOR Marlene de Castro CorreiaORGANIZAÇÃO Eucanaã FerrazEDITORA IMSQUANTO R$ 64,90 (296 págs.)AVALIAÇÃO
"Drummond: Jogo e Confissão"

Este livro reúne sete ensaios em que a crítica e professora passa em revista as principais linhas de força da poética drummondiana. Para tratar da ampla gama de procedimentos que o poeta arregimentou ao longo de sua poesia, o livro parte de uma panorâmica e muito elucidativa introdução à poética de Drummond, depois segue pela importância do signo da pedra e penetra em várias camadas dessa poesia. Sempre pinçando exemplos de dentro da obra, o livro procura fazer uma leitura totalizante dessa poética.

Aí estão sua beleza e sua força, e também seu ponto frágil, pois essa totalização coloca em segundo plano as hesitações e os deslocamentos que foram frutos de condicionantes históricas. (HFM)

DRUMMOND: JOGO E CONFISSÃO
QUANTO: R$ 64,90 (296 PÁGS.)
AUTOR: MARLENE DE CASTRO CORREIA
EDITORA: IMS
ORGANIZAÇÃO: EUCANAÃ FERRAZ


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