Folha de S. Paulo


Clássicos como "Os Mortos", de James Joyce, ganham edição bilíngue

Antes das inovações de "Ulisses" e do flerte com as fronteiras da linguagem em "Finnegans Wake", James Joyce foi um contista clássico. Aos 20 e poucos anos, escreveu as breves ficções de "Dublinenses", retratos da vida em sua Irlanda, pouco antes de fugir para a Europa continental. Dos 15 relatos, "Os Mortos" é o mais magistral, tido como uma das peças literárias mais perfeitas da língua inglesa.

Divulgação
Os mortosAUTOR James JoyceTRADUÇÃO Tadeu TomazEDITORA AutênticaQUANTO R$ 47 (144 págs.)AVALIAÇÃO
"Os Mortos"

"Percorre-o a atmosfera de 'paralisia' e desesperança relativa a Dublin", conta no posfácio o tradutor Tomaz Tadeu, responsável ainda pelas notas desta bela edição bilíngue. Trata-se de um conto de Natal protagonizado pelo professor Gabriel Conroy, que, ainda enlevado pela hospitalidade da casa que o abriga, descobre uma história obscura no passado de sua mulher, Gretta. Enquanto o calor da festa diminui, Gabriel sente que histórias mortas podem ressuscitar. O conto foi adaptado por John Huston em seu último filme. (RONALDO BRESSANE)

OS MORTOS
QUANTO: R$ 47 (144 PÁGS.)
AUTOR: JAMES JOYCE
EDITORA: AUTÊNTICA
TRADUÇÃO: TOMAZ TADEU

*

PROMETEU DESACORRENTADO E OUTRO POEMAS

Divulgação
Prometeu desacorrentadoAUTOR Percy ShelleyTRADUÇÃO Adriano ScandolaraEDITORA AutênticaQUANTO R$ 59 ( págs.)AVALIAÇÃO
"Prometeu Desacorrentado e Outros Poemas"

Dividido em quatro atos, "Prometeu Desacorrentado", do inglês Percy Shelley, trata da regeneração da terra a partir da releitura do mito grego e da obra de Ésquilo. Neste "closet drama" (peças para serem lidas e não encenadas, como explica o poeta e tradutor Adriano Scandolara), encontramos Prometeu recusando-se a ceder ao poder de Júpiter. "Sua resistência é inquebrantável", como diz o tradutor, na belíssima introdução do livro "Prometeu Desacorrentado e Outros Poemas", publicado pela já importante coleção Clássica, da Autêntica.

Com mais de 2.000 versos, a peça começa, como lembra o tradutor, em algum lugar de "um futuro apocalíptico" e, ao longo dos quatros atos, o leitor acompanha uma longa reflexão sobre os homens e sobre a opressão. Escrita no começo do século 19, é uma boa leitura para os dias que correm. A edição traz ainda vários outros poemas de Shelley, poeta pouco traduzido para o português, mas que foi, ao lado de Lord Byron e John Keats, um dos grandes representantes do romantismo inglês. (HEITOR FERRAZ MELLO)

PROMETEU DESACORRENTADO E OUTRO POEMAS
QUANTO: R$ 59 (416 PÁGS.)
AUTOR: PERCY SHELLEY
EDITORA: AUTÊNTICA
TRADUÇÃO: ADRIANO SCANDOLARA

*

OS CANTOS DE MALDOROR

Foi por meio de um jovem uruguaio, filho de pais franceses, que a cultura decadentista europeia engendrou uma das obras mais demoníacas do século 19. São de Isidore Ducasse, mais conhecido pelo pseudónimo de conde de Lautréamont, os seis hediondos cantos reunidos nesse livro abissal, tão subversivo que seu primeiro editor desistiu de distribuí-lo, temendo ser processado. Isidore Ducasse morreu em Paris, em 1870, aos 24 anos, e "Os Cantos de Maldoror" só foram lançados comercialmente quatro anos depois.

Divulgação
Os cantos de MaldororAUTOR LautréamontTRADUÇÃO Joaquim Brasil FontesEDITORA Editora da UnicampQUANTO R$ 50 (328 págs.)AVALIAÇÃO
"Os Cantos de Maldoror"

Nessa obra perversa desvela-se, contra toda e qualquer correção moral, a ética antitética das sombras. O combustível de Maldoror é o mesmo que movia Lúcifer, o mitológico Portador da Luz: o ódio contra um Todo-Poderoso hipócrita e sua criação viciada. Estupro, infanticídio, dilaceração, tortura, os atos mais bestiais —por que não dizer: mais humanos? compõem o quadro geral dessa "poética da maldade". Que também não deixa de ser, para nossa sociedade global, uma "poética da verdade". (NELSON DE OLIVEIRA)

OS CANTOS DE MALDOROR
QUANTO: R$ 50 (328 PÁGS.)
AUTOR: LAUTRÉAMONT
EDITORA: UNICAMPTRADUÇÃO Joaquim Brasil Fontes
TRADUÇÃO: JOAQUIM BRASIL FONTES


Endereço da página: