Folha de S. Paulo


Com ilustrador peruano, livro infantil ressalta importância do café da manhã

Garota Imperfeita

Vem da Austrália esse romance para jovens leitores, a respeito de uma família fora dos padrões e seus amigos excêntricos. A adolescente Skylark narra e protagoniza essa história sobre um single raro, uma vitrine vandalizada, garotas afiadas e garotos à deriva, enfim, sobre vida, morte, luto e paixão —"Só coisa boa".

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Garota Imperfeita, por Simmone Howell
Garota Imperfeita, por Simmone Howell

Sky mora com o pai e o irmão no subúrbio de Melbourne. Sua mãe se pirulitou para o Japão, para tentar uma carreira artística. O pai mantém uma biboca de vinis chamada WishingWell, em homenagem a uma canção do grupo The Millionaires. Semelhante ao clássico pop "Alta Fidelidade", de Nick Hornby, "Garota Imperfeita" também traz uma playlist.

Mas carismático mesmo é o irmão, que aos dez anos já apresenta uma séria dificuldade social. Gully é obsessivo-compulsivo e usa uma máscara de focinho de porco 24 horas por dia. Como não gostar do moleque? Ele se considera um detetive de verdade e rouba a cena quando decide investigar, sozinho,a tijolada "anarquista" na vitrine da loja de seu pai. (NELSON DE OLIVEIRA)

AUTORA: Simmone Howell
TRADUÇÃO: Fabricio Waltrick
EDITORA: Vergara & Riba
QUANTO: R$ 42,90 (320 págs.)
AVALIAÇÃO: bom

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Meus Tipos Esquecíveis

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Meus Tipos Esquecíveis, por Marcelo Cipis
Meus Tipos Esquecíveis, por Marcelo Cipis

O ilustrador Macelo Cipis cria, neste livro, uma série de tipos, homens e mulheres, a partir de frases corriqueiras, como "cabeça de vento", "homem vazio", "uma senhora mesa", "um senhor nó" etc.

Para cada uma dessas expressões, ele criou uma prancha de ilustração, com o seu humor um tanto surreal e com algumas influências dos desenhos dos velhos anúncios de revistas dos anos 1950. Aos todo, são 40 tipos curiosos.

Mas se o traço de Cipis é bastante brincalhão para criar seus tipos masculinos e femininos, a pergunta que se pode fazer é: seria mesmo um livro para crianças? Ou são apenas desenhos bem sacados e elaborados por um adulto que se diverte? (HEITOR FERRAZ MELLO)

AUTOR Marcelo Cipis
EDITORA MOV Palavras
QUANTO R$ 39 (48 págs.)
AVALIAÇÃO: regular

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Ilustração de Marcelo Cipis para 'Meus Tipos Esquecíveis
Ilustração de Marcelo Cipis para 'Meus Tipos Esquecíveis'

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Café da Manhã

Quem acorda todo dia atrasado e sai correndo de estômago vazio desobedece o ensinamento dos que entendem de alimentação e dizem que a primeira refeição do dia é a mais importante de todas. Prepará-la e comer com calma vale mais que se encher no almoço ou no jantar.

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Café da Manhã, por Micaela Chirif
Café da Manhã, por Micaela Chirif

"Café da Manhã" transforma a refeição matinal numa cerimônia. É a história curta de uma avó que se liberta enquanto o prepara para a família. Na página da esquerda, fica o texto, com apenas uma frase. Na da direita, as ilustrações.

No processo, a vovó recebe a visita de seres estranhos que compartilham a tarefa. Um imenso polvo roxo que toma suco de laranja com ela, uma sereia com frutas na cabeça no estilo Carmen Miranda fornece as frutas, um leão marinho do tamanho da geladeira, um tritão tatuado com corais na cabeça que frita ovos, piratas e um escafandrista. A cena em que ela dança com ele é um verdadeiro ápice e revela o talento do jovem ilustrador peruano Gabriel Alayza. Além de abrir o apetite. (MARIO BRESIGHELLO)

AUTOR Micaela Chirif
ILUSTRAÇÕES Gabriel Alayza
TRADUÇÃO Graziela R. S. Costa Pinto
EDITORA SM
QUANTO R$ 42 (40 págs.)
AVALIAÇÃO: ótimo

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Desenho de Gabriel Alayza para 'Café da Manhã
Desenho de Gabriel Alayza para 'Café da Manhã'

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Coisa com Coisa

Na página dupla da guarda (aquela que vem colada no lado interior da capa), os protagonistas desse livro já se apresentam, mas ainda como coleção de objetos inertes: estiletes, lápis, canetinhas, pincéis, grampeadores, alfinetes, papéis, carimbos e outros itens de escritório se enfileiram ordenadamente sobre uma mesa.

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Coisa com Coisa, por Edith Derdyk
Coisa com Coisa, por Edith Derdyk

Mas basta misturar um pouquinho, rasgar um pedacinho de papel e grafar "era uma vez"... e o esquadro vira montanha onde dois personagens de papelão, estopa e perna de buril avançam. Daí em diante, paisagens e personagens surgem, encantadores, dos objetos que deixam os bastidores da mesa de trabalho para serem protagonistas desse livro, envolvendo o leitor num jogo entre o que sonhamos e a matéria que dá forma e representação aos nossos sonhos.

Fronteira sutil que é característica do trabalho da autora, a artista Edith Derdyk, que costuma deixar pistas por onde caminha, convidando aqui o leitor a seguir seu percurso e deixar viver os objetos da escrivaninha. (CRISTINA PAIVA)

AUTOR Edith Derdyk
EDITORA MOV Palavras
QUANTO R$ 39 (32 págs.)
AVALIAÇÃO: ótimo


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