Folha de S. Paulo


Campanha 'dá vida' a amigos imaginários de crianças na Inglaterra

Quem nunca teve um amigo imaginário? Com três olhos ou quatro braços, peludo ou em forma de gente, colorido ou preto e branco.

Neste mês, o V&A Museum of Childhood, museu da infância de Londres, levou alguns desses "companheiros" inventados por crianças a uma de suas salas de exposição.

A mostra foi idealizada pela agência publicitária AMV BBDO, que convidou mais de 60 meninas e meninos a participar de uma oficina, em setembro do ano passado, para descrever seus amigos imaginários com o máximo de detalhes possível.

Trabalhar com crianças foi "surpreendente, desgastante, e muito difícil de organizar", segundo Arvid Harnqvist, diretor de arte da campanha.

"Ouvir uma criança descrever algo que só existe na cabeça dela foi bastante extraordinário. Elas não colocam algemas na criatividade, como os adultos fazem", ele respondeu por e-mail à Folha.

Depois de selecionar as criações mais interessantes, como uma raposa com rabo de lagarto que usa óculos de leitura e um monstro jogador de tênis que ama bananas, os fabricantes tiveram cerca de três meses para trabalhar nos personagens.

Participaram dessa fase designers e artistas de produtoras como Picasso Pictures e Aardman –estúdio de animação que fez o filme "A Fuga das Galinhas"– e agências como a Psyop.

"Normalmente trabalhamos com um parceiro de produção, desta vez foram seis", diz Harnqvist, referindo-se também ao conhecido fotógrafo de moda Rankin, que clicou as crianças ao lado dos seus amigos imaginários quando eles ficaram prontos.

Só depois as criações foram levadas para a exposição, que aconteceu em janeiro e fevereiro.

A ideia surgiu de uma conversa entre o diretor de arte e o redator Amar Marwaha: "A gente estava falando sobre amigos imaginários e mencionei que tive um quando era criança, mas que não conseguia me lembrar de nada sobre ele", conta Harnqvist.

"Depois de pesquisar um pouco, descobrimos que 50% das crianças entre 4 e 8 anos têm um amigo imaginário. Então pensamos que seria legal dar vida a eles, para que o resto de nós pudesse conhecê-los."

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