Se a Terra é a nossa casa, o Sistema Solar é o nosso quintal. E é um baita quintal. Tanto que levou quase 60 anos para a gente mandar robôs visitarem cada parte dele. Em 2015, finalmente terminamos essa primeira etapa do estudo do nosso quintal.
Você deve ter ouvido falar de uma nave-robô chamada New Horizons (fala-se "Niu Roráizons"), que acabou de passar por Plutão. Era o cantinho que faltava.
Agora já conhecemos de perto os oito planetas que giram em torno do Sol –Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno– e os maiores representantes de duas faixas cheias de objetos menores, que completam o Sistema Solar.
Uma dessas faixas é o cinturão de asteroides, que fica entre as órbitas de Marte e de Júpiter. São vários pedregulhos, e um planeta anão, chamado Ceres. Esse mundo também foi visitado pela primeira vez em 2015, pela nave-robô americana Dawn (fala-se "Dáun").
A outra faixa é uma região conhecida como cinturão de Kuiper (pronuncia-se "cáiper"), que fica além de Netuno, o oitavo e último planeta. Seu maior membro é Plutão, um planeta anão.
As distâncias entre a Terra e esses mundos todos é tão grande que, por enquanto, só robôs conseguem ir até lá. Mas eles tiram fotos bem de pertinho e mandam para nós, por uma espécie de internet interplanetária.
FORA DO NOSSO QUINTAL
Outra descoberta incrível que fizemos nos últimos anos é que cada uma das estrelas no céu é um sol e tem seus próprios planetas, cinturões e planetas anões, do mesmo jeito que acontece no nosso quintal.
Até 1995 –20 anos atrás–, ninguém sabia disso. Quando eu era menino, ficava imaginando se haveria outros planetas lá fora. Ficava aflito de não saber.
Os astrônomos trabalharam muito nos últimos anos, e agora conhecemos cerca de 2.000 planetas lá fora. Dois mil!
A maioria deles foi descoberta por um telescópio colocado no espaço em 2009, chamado Kepler. No ano passado, ele fez uma descoberta incrível: um planeta do mesmo tamanho que a Terra, só que em torno de um sol muito menor que o nosso.
Todos os planetas do Kepler ganham um número e uma letra, de acordo com a ordem de descoberta. Esse era o Kepler-186f.
Neste ano, outra revelação: o Kepler-452b (veja pela mudança do número quantos planetas foram descobertos em um ano!). Ele é um pouco maior que a Terra, mas tem um Sol igualzinho ao nosso e completa uma volta em torno dele na mesma velocidade da Terra. É o mais perto que chegamos de encontrar um planeta igual ao nosso.
Vivemos uma época muito especial –o momento em que estamos começando a descobrir tudo que há lá fora, nas profundezas do espaço.
Mas ainda há muito trabalho a ser feito: além de descobrir mais planetas, os astrônomos já estão desenvolvendo outros telescópios para conseguir estudar a composição desses mundos distantes.
Quem sabe nos próximos anos não achamos um planeta que, além de se parecer com a Terra, também tem vida? Seria a descoberta de um outro quintal como o nosso no Universo.